sexta-feira, 9 de maio de 2008

(...)



Porque...

4 comentários:

  1. Aqui, deposta enfim a minha imagem,
    Tudo o que é jogo e tudo o que é passsagem,
    no interior das coisas canto nua.

    Aqui livre sou eu - eco da lua
    e dos jardins, os gestos recebidos
    E o tumulto dos gestos pressentidos,
    Aqui sou eu em tudo quanto amei.

    Não por aquilo que só atravessei,
    Não p'lo meu rumor que só perdi,
    Não p'los incertos actos que vivi,

    Mas por tudo de quanto ressoei
    E em cujo amor de amor me eternizei.

    A nossa sempre magestosa Sophia.

    ResponderEliminar
  2. As sem razões do amor

    "Eu te amo porque te amo.
    Não precisas ser amante,
    e nem sempre sabes sê-lo.
    Eu te amo porque te amo.
    Amor é estado de graça
    e com amor não se paga.

    Amor é dado de graça,
    é semeado no vento,
    na cachoeira, no elipse.
    Amor foge a dicionários
    e a regulamentos vários.

    Eu te amo porque não amo
    bastante ou demais a mim.
    Porque amor não se troca,
    não se conjuga nem se ama.
    Porque amor é amor a nada,
    feliz e forte em si mesmo.

    Amor é primo da morte,
    e da morte vencedor,
    por mais que o matem (e matam)
    a cada instante de amor."

    Carlos Drummond de Andrade

    ResponderEliminar
  3. Amei esta incursão cinéfila, musical e poética pelos caminhos do Amor.
    Obrigado P.M. e R. E obrigado César. Porque...

    ResponderEliminar
  4. Obrigado eu, nós, caro anónimo das 18.43 de sábado

    ResponderEliminar