
Minha primeira bicicleta branca!
Minha máquina de costura de brincar!
Minha rede de bordar com lã velha!
Minha gruta entre o silvado!
Onde estais?
Num recanto profundo do meu ser?
Sois a roupa que veste
a menina que lá mora, e que já mal conheço!
Queria hoje, correr com as pernas
escanzeladas daquela menina!
E queria ouvir a sua voz,
a declamar poesia nos teatros da aldeia!
E tenho saudades do seu sorriso branco
de dentes certos!
E queria tanto, jogar às escondidas
num dia de Verão, com o pai a vigiar-nos!
E queria a tua alegria, menina!
E queria estar com todos os teus companheiros
de aventura!
Menina como te amo, eu que nunca deixei de ser tu!
Mas, menina, só eu tenho fantasmas...
Linda poesia que me remeteu para a infância. Gostoso passar por aqui.
ResponderEliminarBjs
Lindo poema de colos.
ResponderEliminarBj.
C(EN)
Menina Passiflora:
ResponderEliminarAinda bem que não deixou "de ser Tu"!
Belíssima fotografia. Íntimas e genuínas palavras.
Lindo!!!
ResponderEliminarTão lindo que se fica sem palavras. Mudo, com os sentimentos a fervilhar.
O que prova que as palavras cedem sempre às emoções o que nos deixa o eterno desafio de bem gerir todo(s) o(s) silêncio(s).
Um beijinho.
Aus Ar Dep
Ontem vi uma criança com uma bicicleta. Era o seu primeiro dia com uma bicicleta. E vi o fascínio que a bicicleta provocava naquela criança. E lembrei-me do primeiro dia com a minha bicicleta. Era vermelha, recordo agora.
ResponderEliminarE fui-me lembrando de tudo o resto, as brincadeiras, a primeira escola, os jogos à bola, o fascínio do rio, as figuras típicas, as festas do Junho, os bombos, a chegada dos gigantones, os grupos corais, os acampamentos, as conversas profundas até altas horas, e por aí adiante.
Entretanto, os olhos da criança dar as primeiras pedaladas brilhavam como um dia brilharam os meus e os nossos.
Foi bonito e fez bem este regresso à infância esquecida.