terça-feira, 13 de julho de 2010

Mala sorte




Dobrei a tristeza
E arrumei-a lá bem no fundo
Mesmo ao lado
Das ilusões. Das desilusões. E das agruras da vida
Meti-as na mala
Para que não me esquecesse
Do mal que me fizeram...
Fui buscar também os sonhos
Que ainda me restavam
E arrumei-os na bolsa de fora
Para estarem mais à mão
No acaso de se virem a realizar
Mera fantasia...
Ainda havia muito espaço
Na minha mala de viagem
Por isso
Também lá meti as saudades
Que me chegaram
Com o vazio deixado
Por alguém muito querido
Só faltava a esperança
Que tinha perdido algures
Entre o sonho e a realidade
Mas que me apareceu de novo
Assim como que por magia...
Quando já não a esperava
Arrumei-a com cuidado
Para que não se amarrotasse
Juntei as promessas todas
E misturei-as com as mentiras
Que me ofereceram um dia
Meti tudo no mesmo saco
Que não meti na mala...
Deitei-o fora!
Sentado na paragem deserta
E enquanto espero pelo autocarro
Que tarda...
Faço contas à vida
Do que já passou
E do resto
Daquele que ainda me falta...
Somo tudo
E já é menos de
metade...

6 comentários:

  1. Estás imparável e ainda bem, P.!
    Um grande beijinho para ti e outro para a C.

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  2. Já estou tonta P.
    O que lhe deu hoje ...
    isto sim são belos andamentos!

    Tenho nome de Flor

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  3. É bonito, já li há tempos e releio com tempo, com bom tempo. É bonito.
    Abraço AL

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  4. Bonito e o título atira-nos para outras coisas belas

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  5. Tes mots sont une caresse, c'est un délice.
    Amitiés à tous.
    Chloé

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