sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Nas tuas águas

Sei.
De uma gota de feliz lágrima
Que se quer brotar em rio
Sem mácula de mar,
Sem sombra de sal,
Sem vestes de limos quentes...

Mas não é certo que dentro de um rio há mar?
Sei.
Pouco.
Mas isso basta-me para o pranto,
O outro lado do meu espanto...

Nas horas


Há uma cama desfeita no meu peito
Ninguém a vem cobrir
Será vento?
Será um lamento pelas horas que lá não te vi?
A janela indiscreta dos teus lábios sabe a fel,
Do mel da minha insônia.
Vens?
Por quantas portas?
Por que lençóis?
Sem hora marcada
Com a marca das horas..