quarta-feira, 2 de julho de 2008

O pórtico das horas.


Eu sou esse pedaço de mar.
Eu sou essa água que desce às profundezas,
das sombras milenares.
Sempre estive aí, adormecida.
A prolongar os enigmas, dos rochedos
aveludados de verdes plumas.
A envolver-me nas geadas das vagas luminosas.
A ouvir as vozes das águas.
E quando uma ilha brilhou ao longe parti
à procura do luar salgado.
Quando cheguei o mar sabia a saudade.
A barca estava desolada e coberta de limos.
A lua já tinha ido visitar outro sonho.
Perdida fiquei no pórtico das horas.
Adivinhando uma eternidade silenciosa.

9 comentários:

  1. Lindo! Lindo!
    Linda a foto. Lindo o texto.
    Parabéns.

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  2. A fotografia - além do mais, é claro - é uma coisa lindíssima, fabulosa.

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  3. Arrepiantes "O pórtico das horas" e a "Barca de Águas Felizes".
    Saudades
    F.S.

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  4. Linda foto Passi. Lindo texto.
    Até breve D.

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  5. O texto está lindo. A fotografia sublime. Quem é o autor?

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  6. Boa combinação.
    Toda a gente já se referiu à beleza da fotografia.
    Amarante até parece bonita. Esta última parte é provocação.

    Uma beijola.

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  7. Amarante é bonita. Não parece que é. Claro que me estou a referir ao centro histórico porque os arrabaldes estão feitos num oito, ou num caco, se preferirem.
    E ainda quero saber a autoria da fotografia.
    Bjs

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  8. Alguns arrabaldes estão feitos nun caco. O meu arrabalde é muito bonito e invulgar, e digno de ser visto.
    A foto não é minha. Mas o seu autor permitiu-me o acesso.

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  9. Acredito, Passiflora, que o seu arrabalde seja excepção. Também considero o meu arrabalde da Barca uma excepção. E haverá outras excepções. Mas não passam disso mesmo, excepções.
    Ora no centro acontece exactamente o contrário e as excepções são, felizmente, as aberrações.

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