Acabou o Estio do Agosto mais chocho de que tenho memória. mas ainda bem.
Não gosto de calor e sinto-me mal nas canículas.
Amanhã começa Setembro, o mês das promessas e das redenções.
Dos projectos que se iniciam, das obras que se refazem.
Porque em Setembro é sempre de novo Primavera.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Judith
Para uma SENHORA de porcelana fina, a minha segunda avó.
Um beijo cheio de respeito para a Judith, hoje aniversariante...
Um planeta de macacos
O Diálogo (séc. XVII)
Diálogo entre Colbert e Mazarino durante o reinado de Luís XIV extraído da peça de teatro Le Diable Rouge, de Antoine Rault:
Colbert: Para encontrar dinheiro, há um momento em que enganar [o contribuinte] já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é que é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço...
Diálogo entre Colbert e Mazarino durante o reinado de Luís XIV extraído da peça de teatro Le Diable Rouge, de Antoine Rault:
Colbert: Para encontrar dinheiro, há um momento em que enganar [o contribuinte] já não é possível. Eu gostaria, Senhor Superintendente, que me explicasse como é que é possível continuar a gastar quando já se está endividado até ao pescoço...
Mazarino: Se se é um simples mortal, claro está, quando se está coberto de dívidas, vai-se parar à prisão. Mas o Estado... o Estado, esse, é diferente!!! Não se pode mandar o Estado para a prisão. Então, ele continua a endividar-se... Todos os Estados o fazem!
Colbert: Ah sim? O Senhor acha isso mesmo ? Contudo, precisamos de dinheiro. E como é que havemos de o obter se já criámos todos os impostos imagináveis?
Mazarino: Criam-se outros.
Colbert: Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino: Sim, é impossível.
Colbert: E então os ricos?
Mazarino: Os ricos também não. Eles não gastariam mais. Um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
Colbert: Então como havemos de fazer?
Mazarino: Colbert! Tu pensas como um queijo, como um penico de um doente! Há uma quantidade enorme de gente entre os ricos e os pobres: os que trabalham sonhando em vir a enriquecer e temendo ficarem pobres. É a esses que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Esses, quanto mais lhes tirarmos mais eles trabalharão para compensarem o que lhes tirámos. É um reservatório inesgotável."
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Batalha
O sol entrava, respeitoso, pelos vitrais deixando rastos de luz nas paredes.
Pareceu-me que escolhia os sítios onde poisava.
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As fotos do MAP
domingo, 14 de agosto de 2011
A dita
A exaltação do mínimo,
e o magnífico relâmpago
do acontecimento mestre
restituem-me a forma
o meu esplendor
Um diminuto berço me recolhe
onde a palavra se elide
na matéria - na metáfora
-necessária, e leve, a cada um
onde se ecoa e resvala.
A magnólia,
o som que se desenvolve nela
quando pronunciada,
é um exaltado aroma
perdido na tempestade,
um mínimo ente magnífico
desfolhando relâmpagos
sobre mim.
***
do acontecimento mestre
restituem-me a forma
o meu esplendor
Um diminuto berço me recolhe
onde a palavra se elide
na matéria - na metáfora
-necessária, e leve, a cada um
onde se ecoa e resvala.
A magnólia,
o som que se desenvolve nela
quando pronunciada,
é um exaltado aroma
perdido na tempestade,
um mínimo ente magnífico
desfolhando relâmpagos
sobre mim.
***
(Luísa Neto Jorge)
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Pudesse eu...
Pudesse eu morrer hoje como tu me morreste nessa noite
—e deitar-me na terra; e ter uma cama de pedra branca e
um cobertor de estrelas; e não ouvir senão o rumor das ervas
que despontam de noite, e os passos diminutos dos insectos,
e o canto do vento nos ciprestes; e não ter medo das sombras,
nem das aves negras nos meus braços de mármore,
nem de te ter perdido — não ter medo de nada.
Pudesse eu fechar os olhos neste instante e esquecer-me de tudo
—das tuas mãos tão frias quando estendi as minhas nessa noite;
de não teres dito a única palavra que me faria salvar-te, mesmo
deixando que eu perguntasse tudo; de teres insultado a vida
e chamado pela morte para me mostrares que o teu corpo
já tinha desistido, que ias matar-te em mim e que era tarde
para eu pensar em devolver-te os dias que roubara.
Pudesse eu cair num sono gelado como o teu e deixar de sentir a dor,
a dor incomparável de te ver acordado em tudo o que escrevi
—porque foi pelo poema que me amaste, o poema foi sempreo
que valeu a pena (o mais eram os gestos que não cabiam
nas mãos, os morangos a que o verão obrigou);
e pudesseeu deixar de escrever nesta manhã,
o dia treme na linhados telhados, a vida hesita tanto,
e pudesse eu morrer, mas ouço-te a respirar no meu poema.
Maria do Rosário Pedreira
—e deitar-me na terra; e ter uma cama de pedra branca e
um cobertor de estrelas; e não ouvir senão o rumor das ervas
que despontam de noite, e os passos diminutos dos insectos,
e o canto do vento nos ciprestes; e não ter medo das sombras,
nem das aves negras nos meus braços de mármore,
nem de te ter perdido — não ter medo de nada.
Pudesse eu fechar os olhos neste instante e esquecer-me de tudo
—das tuas mãos tão frias quando estendi as minhas nessa noite;
de não teres dito a única palavra que me faria salvar-te, mesmo
deixando que eu perguntasse tudo; de teres insultado a vida
e chamado pela morte para me mostrares que o teu corpo
já tinha desistido, que ias matar-te em mim e que era tarde
para eu pensar em devolver-te os dias que roubara.
Pudesse eu cair num sono gelado como o teu e deixar de sentir a dor,
a dor incomparável de te ver acordado em tudo o que escrevi
—porque foi pelo poema que me amaste, o poema foi sempreo
que valeu a pena (o mais eram os gestos que não cabiam
nas mãos, os morangos a que o verão obrigou);
e pudesseeu deixar de escrever nesta manhã,
o dia treme na linhados telhados, a vida hesita tanto,
e pudesse eu morrer, mas ouço-te a respirar no meu poema.
Maria do Rosário Pedreira
terça-feira, 9 de agosto de 2011
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Aquário
Sou feliz por ter nascido
no tempo dos homens-rãs
que descem ao mar perdido
na doçura das manhãs.
(...)
Eu sou o homem. O Homem.
Desço ao mar e subo ao céu.
Não há temores que me domem.
(António Gedeão)
Para o meu Amigo MAP, com a ternura de toda uma vida.
Porque nos transcendemos à sombra de um limoeiro, porque enfeito a minha magnólia com as lentes e cores que dele brotam...
Um abraço muito amigo e grato
CPS
Porque nos transcendemos à sombra de um limoeiro, porque enfeito a minha magnólia com as lentes e cores que dele brotam...
Um abraço muito amigo e grato
CPS
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