quarta-feira, 31 de outubro de 2012

o dia das marés

A PM faz hoje natal.
Que este seja o seu dia favorito.
Entre júbilos e serpentinas...

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

for our eyes only

Em que momento a cirurgia e a arte se podem encontrar? O que têm em comum, onde se encontram? O livro “Fios Condutores”, de João Cutileiro, pode dar algumas dessas respostas. Dedicado “a todos os que saboreiam arte”, esta edição exclusiva para o Centro Cirúrgico de Coimbra, reúne 42 desenhos de João Cutileiro e tem uma edição limitada a 100 exemplares, todos numerados e assinados pelo autor, em papel reciclado e feito à mão. Em simultâneo, esta mesma obra tem uma versão digital, acessível no site do Centro Cirúrgico de Coimbra (www.ccci.pt), (segue versão pdf em anexo).
Na nota de abertura, o médico oftalmologista, António Travassos demonstra as ligações que se podem estabelecer entre a cirurgia e o desenho. (…) “O defeito e a imperfeição são a matéria da cirurgia. Nos desenhos de João Cutileiro são a inspiração. Em ambos há vida, força e matéria. A cirurgia exige talento e arte para corrigir o corpo perfeito e para provocar o alívio. João Cutileiro despe as mulheres para provocar o traço. A matéria é a mesma: o corpo» (…) Um corpo humano que, segundo José Saramago, «João Cutileiro conhece nele o que há, porventura, de mais comovedor: a imperfeição harmoniosa». Aos desenhos de João Cutileiro, o livro “Fios Condutores” junta um punhado de poemas e textos de Frederico Garcia Lorca, José Saramago, Luís Vaz de Camões e Alexandre O’Neill, entre outros.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

asas

 
Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram...  Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das ideias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:

- E daí? EU ADORO VOAR!

Clarice Lispector

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Crises? What crises?