sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Balancete II


Tive um grande ano.

Todos os meses foram importantes, e em alguns deles os dias foram medidos ao segundo...

Aceitei a ausência física do meu pai.

Mas é a ele que conto, em primeiro lugar, todas as minhas alegrias e tristezas.

Talvez por ele me residir na alma.

Alivio a minha mãe da dor e da velhice.

Como Maga das Regras subi escadas no Porto.

O Crime é agora o meu travesseiro.

Amo o que faço.

Os meus filhos revêm-se em mim e eu neles.

Trazem-me para casa as maiores alegrias,

e a sua educação custa-me muito tempo e engenho...

Amo uma Pedra, no presente, no passado e no futuro.

E ele (a) sabe-o há 31 anos.

A minha família é grande e feliz e a sabedoria instala-se...

A vida corre a mil à hora, de quarta a quarta, de segunda a sexta...

Não me senti desiludida...

Mas sofri com as perdas que sofreram os meus amigos.

Ajudei o que pude na Magnólia, mas não me senti amada...

Gosto daquela que tem nome de flor.

Tenho saudades da "Eu", da "Ana ", da "Eu do Espelho"

da "Sininho", da "C. (EN)" e do JONAS

(O JONAS ainda existe?)

Ao P. desejo poucos MEGA e muitos ALFA.

E quero fazer a peça de teatro.

Também eu nasci actriz, sem proveito.

Desejo Paz, Saúde e Boa-vontade.

Amo as pessoas-de-bem.
Quero o que tenho!

P.M.

bébés magnólia



Os nossos desejos

realizaram-se...

realizam-se...

realizar-se-ão...

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Os disfarces de Arlequim


A vida real é impossível para quem nasceu sem dotes de representação e um actor não consegue experimentar a vida real a menos que imite uma vida inventada por outrem.

Balancete


Este ano não fui muito feliz.
Ou seja, não foram muito felizes comigo.
Perdi uma sogra e uma avó, queridas de diamante,
perdi um padrinho e uma madrinha emprestada.
Eu sei que estavam os 3 últimos perto dos 90 ou já com eles feitos, mas mesmo assim são meus e eu chorei-os...
Continuei a amar o Crime,
E senti-me muito bem na minha Relação, nesta Urbe de adopção (recuso, por ora, os modernismos dos novos acordos ortográficos).
Nunca estive tão próximo da minha C.
e amei-a pelos interstícios da memória e da ternura a perder de vista.
Reguei a magnólia com a dedicação dos poetas,
vi grandes filmes e tive largas decepções nesse campo também...
Na Magnólia, conheci gente boa, rosas sem espinhos, gente que tem nome de flor e que foi um porto de abrigo para a C e para mim, neste ano de todos os perigos.
Continuei a amar a dar aulas a gente grande e sabedora, sedenta de conhecer os mistérios da justiça dos menos grandes, maiores por isso...
Continuei a ver crescer, em graça e sabedoria, as minhas queridas sobrinhas e os meus queridos sobrinhos (embora o meu coração penda mais para as Evas, culpa minha, decerto!).
E continuo a querer ser FELIZ, apesar do tempo e dos tempos que correm a cem à hora e que tendem a deixar-me perdido na ponte.
Vivo a cem à hora também e tenho de controlar o meu - hereditário - colesterol.
Para 2011, quero uma dose maciça de fortuna espiritual e uma ave de ternura, de azul anil e de verde esperanto, só para mim...
E que Deus me deixe ser Dele merecedor...


Um globo para 2011

A Hollywood Foreign Press Association (HFPA) anunciou hoje os nomeados para os Globos de Ouro, relativos a 2010, cujos vencedores serão revelados no próximo dia 16 de Janeiro.

Os nomeados são:
(Títulos em Português indicam filmes já estreados no nosso país)

MELHOR FILME - DRAMA



. BLACK SWAN
. THE FIGHTER
. A ORIGEM
. THE KING'S SPEECH
. A REDE SOCIAL

MELHOR FILME - COMÉDIA OU MUSICAL



. ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
. BURLESQUE
. OS MIÚDOS ESTÃO BEM
. RED — PERIGOSOS
. THE TOURIST

MELHOR ACTOR - DRAMA



. Jesse Eisenberg, por A REDE SOCIAL
. Colin Firth, por THE KING'S SPEECH
. James Franco, por 127 HOURS
. Ryan Gosling, por BLUE VALENTINE
. Mark Wahlberg, por THE FIGHTER

MELHOR ACTRIZ - DRAMA



. Halle Berry, por FRANKIE AND ALICE
. Nicole Kidman, por RABBIT HOLE
. Jennifer Lawrence, por WINTER´S BONE
. Natalie Portman, por BLACK SWAN
. Michelle Williams, por BLUE VALENTINE

MELHOR ACTOR - COMÉDIA OU MUSICAL



. Johnny Depp, por ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS
. Johnny Depp, por THE TOURIST
. Paul Giamatti, por BARNEY'S VERSION
. Jake Gyllenhaal, por LOVE AND OTHER DRUGS
. Kevin Spacey, por CASINO JACK

MELHOR ACTRIZ - COMÉDIA OU MUSICAL



. Annette Bening, por OS MIÚDOS ESTÃO BEM
. Anne Hathaway, por LOVE AND OTHER DRUGS
. Angelina Jolie, por THE TOURIST
. Julianne Moore, por OS MIÚDOS ESTÃO BEM
. Emma Stone, por EASY A

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO



. Christian Bale, por THE FIGHTER
. Michael Douglas, por WALL STREET: O DINHEIRO NUNCA DORME
. Andrew Garfield, por A REDE SOCIAL
. Jeremy Renner, por A CIDADE
. Geoffrey Rush, por THE KING'S SPEECH

MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA



. Amy Adams, por THE FIGHTER
. Helena Bonham Carter, por THE KING'S SPEECH
. Mila Kunis, por BLACK SWAN
. Melissa Leo, por THE FIGHTER
. Jacki Weaver, por ANIMAL KINGDOM

MELHOR REALIZADOR



. Darren Aronofsky, por BLACK SWAN
. David Fincher, por A REDE SOCIAL
. Tom Hooper, por THE KING'S SPEECH
. Christopher Nolan, por A ORIGEM
. David O. Russell, por THE FIGHTER

MELHOR ARGUMENTO



. 127 HOURS
. OS MIÚDOS ESTÃO BEM
. A ORIGEM
. THE KING'S SPEECH
. A REDE SOCIAL

MELHOR FILME ESTRANGEIRO



. BIUTIFUL (Espanha/México)
. O CONCERTO (França)
. KRAY (Rússia)
. IO SONO L'AMORE (Itália)
. HAEVNEN (Dinamarca)

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO



. GRU — O MALDISPOSTO
. COMO TREINARES O TEU DRAGÃO
. L'ILLUSIONISTE
. ENTRELAÇADOS
. TOY STORY 3

A lista detalhada de nomeações, incluindo as categorias de TV, pode ser consultada neste endereço.

Agradecimentos a sozekeyser.blogspot.com, o blogue cinéfilo do ano.

Quase no fim



"Seremos nós capazes de encontrar, no cruzar de tantos caminhos, o que nos leva à esperança e à paz?"

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

O Ninho espera no Jardim



No meu jardim há um ninho
que viu grandes nascimentos
e espera agora
o eclodir
dos ovos folha
que de tanto inverno embala...

Presépio


Ele aproxima-se do NOSSO nascimento...

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Propaganda


POESIA E PROPAGANDA




Hei-de mandar arrastar com muito orgulho,
pelo pequeno avião da propaganda
e no céu inocente de Lisboa,
um dos meus versos, um dos meus
mais sonoros e compridos versos:

E será um verso de amor...



Alexandre O'Neill

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Caminho



Era um caminho que de tão velho, minha filha,
já nem mais sabia aonde ia...
Era um caminho
velhinho,
perdido...
Não havia traços
de passos no dia
em que por acaso o descobri:
pedras e urzes iam cobrindo tudo.
O caminho agonizava, morria
sozinho...
Eu vi...
Porque são os passos que fazem os caminhos!



Mario Quintana

sábado, 18 de dezembro de 2010

Partidas...


"Penso que enquanto visitamos uma sepultura temos pensamentos que são mais ou menos os pensamentos de toda a gente e, pondo de parte a questão da eloquência, não diferem muito de Hamlet a contemplar o crânio de Yorick. Parece-me pouco haver para pensar ou dizer que não seja uma variante de "ele carregou-me mil vezes às suas costas". Estar num cemitério faz-nos geralmente recordar como é tacanho e banal o nosso pensamento a este respeito. Podemos tentar falar com os mortos e sentimos que isso ajudará; podemos começar por dizer, como eu fiz naquela manhã, "Bom, Mãe...", mas é difícil não sabermos que é como se estivéssemos a conversar com a coluna vertebral suspensa no consultório do osteopata. Podemos fazer-lhes promessas, actualizar-lhes as notícias, pedir a sua compreensão, o seu perdão, o seu amor - ou podemos optar pela outra abordagem, a abordagem activa, arrancar as ervas, alisar o cascalho, passar os dedos pelas letras gravadas na lápide; podemos até baixar-nos e colocar as mãos mesmo acima dos seus despojos - tocando no chão deles, podemos fechar os olhos e recordar como eram quando ainda estavam connosco. Mas estas reminiscências, este recolhimento não mudam nada, a não ser o facto de os mortos parecerem ainda mais distantes e fora do nosso alcance do que quando conduzíamos o automóvel dez minutos antes. Se não está ninguém no cemitério para nos observar, somos capazes de fazer coisas muito loucas para que os mortos pareçam outra coisa em vez de mortos. Mas mesmo que que consigamos e nos emocionemos o suficiente para sentirmos a sua presença, não deixamos de nos vir embora sem eles. O que os cemitérios provam, pelo menos a pessoas como eu, não é que os mortos estão presentes, mas sim que partiram. Eles partiram e, por enquanto, nós não. Isto é fundamental e, por muito inaceitável que possa ser, facilmente compreensível".
Philip Roth
PATRIMÒNIO

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O Mundo é feito de Poesia




A todos os que bendizem a grandeza da Alma Humana

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Lento regresso




sábado, 4 de dezembro de 2010