sábado, 8 de março de 2014

Feminino plural (mas tão singular)

Pelas MULHERES se enchem os dias em luz de prata, roubada à Lua.
Pelas MULHERES a noite se embriaga no néctar alaranjado do Sol.
Pelas MULHERES o mar se abraça à falésia-dor, em prantos e risadas, num verde jade a fulgir.
Pelas MULHERES as dunas são indecifráveis jardins, em canteiros redondos no cheiro dos singelos jasmins.
E seios pomos de MULHER a florir açucenas,
Numa  indómita intenção de serem mais do que a obscuridade que delimita as alvoradas .
E nos olhos das MULHERES existem pássaros livres em grades sem poder voar,
Em sinos tangidos, no arco-íris de um qualquer planalto e do abissal abismo
Nos olhos das MULHERES existe o ontem, o hoje e o amanhã,
o nascente e o poente,
… um tudo
…. um quase nada, botão de rosa… cetim, veludo.

  
Não gosto da terminologia (e decorrências) dos "Dias Mundiais" ou equivalente, mas sou realista e sei que, feliz ou infelizmente, pelo menos, nestes dias o foco incide um pouco mais sobre as causas ou protagonistas que se pretendem celebrar, ou sobre os quais é suposto chamar a atenção do mundo. Seja.
E não, não é sempre fácil ser mulher. Basta ter presente algo tão básico como o nosso conhecimento de que,  em muitos (DEMASIADOS)pontos do globo AS MULHERES vivem situações de expressa discriminação, indigna exclusão e aviltante exploração.
E note-se que não falo apenas do "mundo islâmico", pois ao nosso redor, quiçá muito mais próximo de nós do que gostamos de pensar, há demasiadas mulheres que sofrem privações e sujeições indizíveis; há demasiadas mulheres em cenário de guerra e em teatro de conflito...
Por todas as mulheres do mundo, e, em especial, pelas que vivenciam um tal indizível sofrimento, mas também por todos os homens que lutam pelos direitos humanos em geral, e, enfim, por todos os que cultivam a verdadeira igualdade, aqui fica a minha singela  homenagem às minhas IRMÃS-MULHERES.

De uma Amiga