terça-feira, 30 de março de 2010

Isto nem merece FOTO

É contada na 1ª pessoa e com algum sentido de humor porque de um humorista se trata, mas poderia ter sido bem mais dramática se não fosse detectado o erro humano a tempo e horas. Senão vejamos.
Ou antes... passemos à leitura do caso contado por António Feio que, como todos sabemos, anda a contas com um bichinho malvado que lhe quer causar estragos e que ele quer debelar com muita determinação e força.

«Na semana passada fiz a minha primeira sessão de quimioterapia.
O meu Oncologista receitou-me um medicamento para os enjoos (SOS) que eu muito cautelosamente fui comprar à farmácia. Eram 13h30 e estava eu à porta da Farmácia para aviar a receita. Para espanto meu, percebo que a Farmácia fecha à hora de almoço. Ok. A solução era voltar uma hora mais tarde e assim o fiz.
Quando voltei pouco antes das 14h30 (hora de reabrir) esperei que a porta abrisse. Esperei e continuei a esperar até às 14h45. E lá chegou uma senhora a falar ao telemóvel que devia estar a tratar de um assunto muito importante porque a porta primeiro que abrisse ainda demorou mais uns cinco minutos.
Finalmente consegui entregar a receita à senhora da Farmácia. Confesso que o ar da senhora era no mínimo assustador. A receita (ainda a tenho comigo, assim como o recibo do remédio) tinha escrito METOCLOPRAMIDE.
Paguei e vim-me embora.
Durante esse dia e os seguintes, os tais sintomas de enjoos e náuseas provocados pela quimioterapia deitaram-me completamente abaixo. Fui mesmo obrigado a cancelar os espectáculos que tinha a norte do País.
Na sexta-feira fui ter com o meu oncologista para lhe pedir qualquer coisa que me aliviasse o mal estar. Ele assim o fez e receitou-me um outro remédio que comecei a tomar logo e que rapidamente começou a fazer efeito. No Sábado, Domingo e Segunda, voltei a sentir-me bem.
Hoje fui novamente ao Hospital para fazer a segunda sessão de quimioterapia e, qual não é o meu espanto, quando falava do meu estado de má disposição da semana passada e mostrava os comprimidos que andava a tomar, quando percebi que o remédio que eu andava a tomar para os enjoos não era para os enjoos mas sim para a Diabetes.
Em vez do tal METOCLOPRAMIDE, estava a tomar METFORMINA.
A senhora da Farmácia tinha-me, pura e simplesmente, dado um medicamento errado.
Não só passei vários dias a tomar um remédio que não me aliviava, como ainda por cima, me diminuía os níveis de açúcar no sangue!!!
Podia só ter tido um ataque de hipoglicemia.
Este texto é só um desabafo.
Agora saiam da frente que eu vou ali abaixo "TRATAR DA SAÚDE" à senhora da Farmácia. Ou não fosse hoje o DIA MUNDIAL DA SAÚDE (LOL)"
Parece uma "Conversa da Treta" mas foi de verdade! Dá para acreditar? Como é possível existirem pessoas com tamanha incapacidade para o bom desempenho das suas funções profissionais? Em lugares como este não é suposto estar alguém de idoneidade comprovada para a função? Assim... não!!!! Sempre ouvi dizer que: - "com a saúde não se brinca"
A VIDA É LINDA ... SORRIA PARA ELA!

Todo este engano e mais que se têm verificado são, em minha opinião, por culpa dos médicos e não só dos farmacêuticos.
Senão vejamos:
Por que carga de água 90% dos médicos continuam a escrever aquela letra chamada de médico, que eu raramente entendo uma letra quanto mais uma palavra. Será que este tipo de escrita não pode enganar um farmacêutico, quando se trata de um medicamento com nome parecido como foi o caso?
Porque os politicos não criam lei para que estes senhores sejam obrigados a escrever letra bem legível ou até de imprensa para evitar situações gravíssimas para os doentes?»

ANTÓNIO FEIO

quinta-feira, 25 de março de 2010







Sim, sim, já sei que um dos poemas já aqui o publiquei, mas como gosto muito dele, e o adoptei, também, como um credo pessoal, não me importa nada repetir-me.
A poesia está, cada vez mais, longe das nossas vidas e práticas.
Certos poetas fazem-nos lembrar como isso é mau.
Em vez de perderem tempo a ver as tontas e tontos da tvi a dizer baboseiras e lugares comuns, com aqueles arfares de grandes "aquetores", leiam poesia. Qualquer uma. Até a minha serviria.

Gui.

Bilhete para o Amigo Ausente
Lembrar teus carinhos induz a ter existido um pomar intangíveis laranjas de luz laranjas que apetece roubar.
Teu luar de ontem na cintura é ainda o vestido que trago seda imaterial seda pura de criança afogada no lago.
Os motores que entre nós aceleram os vazios comboios do sonho das mulheres que estão à espera são o único luto que ponho.

Natália Correia, in "O Vinho e a Lira"


Creio nos anjos que andam pelo mundo,
Creio na deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes;
Creio num engenho que falta mais fecundo
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo é eterno num segundo,
Creio num céu futuro que houve dantes

Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,
Creio no incrível, nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o amor tem asas de ouro.
amém.

Natália Correia
(Poetisa portuguesa, 1923-1993)

terça-feira, 23 de março de 2010

Espelho meu




Espelho meu, espelho meu,
que venturas procuras ainda na minha fronte
Que muros cinzentos ainda terás de erguer
para que eu chegue à altura das tuas sedas?
Sei quem - irremediavelmente - sou e calculo que serei por isso perdoado
Nesta hora de espanto sem lado,
de noite sem hora,
de fumo sem labaredas,
de indecentes despedidas,
quero desejar-te,
a ti, espelho meu,
companheiro errante dos meus ecos e dos meus ais,
arauto de garças perdidas,
um novo brilho, prata de um ouro fino,
futuro radioso dos meus anais...
Quem me vê vai deixar de me ver assim.
Reflectes apenas o ébano claro que há em mim.
E voltarei, ufano, desta ilha,
pronto para te partir em mil e um pedaços
e procurar um outro charco transparente,
lagoa das setecentas cidades,
onde, enfim,eu me possa revelar
incompleto,
imperfeito,
irrequieto,
desengonçado,
com a sombra do pecado por defeito...

Espelho meu, espelho meu,
há alguém mais triste do que eu?

A caminho das ilhas




Vou com as aves.
Mas com livros na bagagem...

segunda-feira, 22 de março de 2010

Ao menino João




De repente deu vontade de um abraço.
Uma vontade de entrelaço, de proximidade..
de amizade.sei lá..

Talvez um aconchego que enfatize a vida e
amenize as dores...
Que fale sobre os amores,
que seja teimoso e ao mesmo tempo forte.

Deu vontade de poder rever saudade de um abraço.
Um abraço que eternize o tempo e preencha todo espaço
mas que faça lembrar do carinho, que surge devagarzinho
da magia da união dos corpos, das auras..sei lá..

Lembrar do calor das mãos
acariciando as costas a dizer.. "estou aqui."
Lembrar do trançar dos braços envolventes
e seguros afirmando "estou com você"..
Lembrar da transfusão de forças
com a suavidade do momento ..sei lá..

abraço...abraço...abraço...
abraço...abraço..abraço...
abraço...abraço...abraço...

O que importa é a magia deste abraço!
A fusão de energia que harmoniza,
integra tudo, e que se traduz
no cosmo, no tempo e no espaço.

Só sei que agora deu vontade desse abraço!!
Que afaste toda e qualquer angústia.
Que desperte a lágrima da alegria, e acalme o coração..
Que traduza a amizade,o amor e a emoção.

E para um abraço assim só pude pensar em você....
nessa sua energia, nessa sua sensibilidade
que sabe entender o por quê...
dessa vontade desse abraço.


(Vinícius de Moraes)
Ele hoje faz segundos, minutos, dias, anos...

domingo, 21 de março de 2010

O dia conotativo

Poesia é ver para além dos olhos, é cantar com a voz dos outros, é nascer no dia que morre...

quinta-feira, 18 de março de 2010

A mesma língua



A pedido de várias vozes, dou de novo a voz aos Papas da Língua.
Não consigo ver uma telenovela lusitana. Desculpem-me. Mas aquilo é tão pobre em texto e emoção. Más representações (com algumas excepcionais excepções), vazio de tudo...
Do Brasil também não gosto de tudo algumas - a maioria - nem tenho tempo de ver).
Mas esta... faz-me parar todos os dias úteis para ver Petra, Taís Araújo e esta música que me mexe como poucas. Como também toca à R.
Aqui fica...
Porque também não nego a futilidade das coisas poucas e simples da vida...

O beijo envergonhado

Porque isto é um espanto...
(roubado à R.)

Formei-me em solidão


Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.
Ninguém avisava nada, o costume era chegar de pára-quedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.
E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos.
Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.
– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!
A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre. Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro... casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.
Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia:
– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
Tratava-se de uma metonímia gastronómica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite... tudo sobre a mesa.
Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Para quê televisão? Para quê rua? Para quê droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança... Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam.... era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade...
Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, também ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos... até que sumissem no horizonte da noite.
O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail... Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:
– Vamos marcar uma saída!.. – ninguém quer entrar mais.
Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anónimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.
Casas trancadas.. Para que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite...
Que saudade do compadre e da comadre!


José António Oliveira de Resende

quarta-feira, 17 de março de 2010

Olá


Para susto de alguns, aqui estou.

Cada vez mais me convenço que só fazemos aquilo que a vida (no sentido de saúde, sobretudo) nos permite e nos tolera. E tolerância é coisa que vai faltando por todo o lado.

Gosto da nova imagem. Até que enfim foram de vez as gaivotas e o sorriso tonto daquela foto que, por tanto tempo, foi a nossa imagem.

Gosto muito desta.

Um abraço a todos. Em especial a P. e a C. de quem sinto tanta falta.
Falta de estar pessoalmente.

Até breve. Se me apetecer. E puder.
G.

terça-feira, 16 de março de 2010

O sorriso de Irena - II




Tradução do cartoon:

Menina:Tenho que lhe dizer uma coisa, senhor... Tem no seu braço uma tatuagem sem graça nenhuma. É só um montão de números.
Senhor: Bem, teria a tua idade quando ma fizeram. Mantenho-a como uma recordação.
Menina: Oh! ... Uma recordação de dias mais felizes?
Senhor: Não, de um tempo em que o mundo ficou louco.
"Imagina-te a ti mesma num país em que os teus compatriotas seguem a voz de um político extremista que não gostava da tua religião.
Imagína que te tiravam tudo, que enviavam toda a tua família para um campo de concentração, para trabalhar como escravos e ser assassinados sistematicamente. Nesse sítio tiravam-te até o teu nome para ser substituído por um número tatuado no teu braço.
Chamou-se a isso O Holocausto, quando milhões de pessoas foram mortas só pelas sua crenças religiosas..."
Menina: Então tu usas essa tatuagem para recordares o perigo das políticas extremistas!
Senhor: Não, querida. É para que tu o recordes.

O sorriso de Irena - I


Irena Sendler é o seu nome.
Uma senhora de 98 anos chamada Irena acabou de falecer.
Durante a 2ª Guerra Mundial, Irena conseguiu uma autorização para trabalhar no Gueto de Varsóvia, como especialista de canalizações.

Mas os seus planos iam mais além... Sabia quais eram os planos dos nazis relativamente aos judeus (sendo alemã!)

Irena trazia meninos escondidos no fundo da sua caixa de ferramentas e levava um saco de sarapilheira, na parte de trás da sua camioneta (para crianças de maior tamanho). Também levava, na parte de trás da camioneta, um cão a quem ensinara a ladrar aos soldados nazis quando entrava e saia do Gueto.
Claro que os soldados não queriam nada com o cão e o ladrar deste encobriria qualquer ruído que os meninos pudessem fazer.
Enquanto conseguiu manter este trabalho, conseguiu retirar e salvar cerca de 2500 crianças.
Por fim os nazis apanharam-na e partiram-lhe ambas as pernas e os braços e prenderam-na brutalmente.

Irena mantinha um registo com o nome de todas as crianças que conseguiu retirar do Gueto, que guardava num frasco de vidro enterrado debaixo de uma árvore no seu jardim.
Depois de terminada a guerra tentou localizar os pais que tivessem sobrevivido e reunir a família. A maioria tinha sido levada para as câmaras de gás. Para aqueles que tinham perdido os pais ajudou a encontrar casas de acolhimento ou pais adoptivos.
No ano passado foi proposta para receber o Prémio Nobel da Paz... mas não foi seleccionada. quem o recebeu foi Al Gore por uns diapositivos sobre o Aquecimento Global

Não permitamos que, alguma vez, esta Senhora seja esquecida!!

A um homem com nome de Cidade


Ontem foi apresentada esta obra.
Ao público.
Que o conhecia e que não o conhecia.
Seu nome é Rui.
Epifânio por clara epifania.
Há cinco anos que partiu para a Nuvem 9 onde continua a vigiar as crianças no seu sono.
Para aqui nós continuarmos a sua Obra Maior.




«Há personalidades tão significativas, ao nível ético, afectivo, cívico, intelectual, cultural e profissional, que marcam de forma indelével os que com elas têm o privilégio de conviver e trabalhar. Pela sua excepcional qualidade, carisma, criatividade, capacidade de sonho e visão de futuro, influenciam impressivamente áreas do conhecimento e da intervenção a que mais se dedicaram.
Quando partem precocemente, ainda em plena força do seu pensar e agir, à dor e saudade aliam-se um sentimento e um desejo: um sentimento de amargura de não poder contar-se com a «alavanca» poderosa que a sua presença e actuação constituía; um desejo forte de extrair do pensamento e do exemplo que nos deixam o estímulo para tentar prosseguir, tanto quanto possível, o sentido dos projectos mais expressivos dos sonhos de justiça e de progresso que povoaram o seu mundo intelectual e afectivo.
O nosso querido Rui Epifânio é, sem dúvida, uma personalidade invulgar entre as que genericamente referimos.
Deixou-nos um legado muito precioso, a diferentes níveis, como homem, como amigo, como cidadão, como magistrado, como docente, como interventor comunitário, como figura de referência do projecto de levar ao concreto da vida de cada uma das crianças os direitos que lhes reconhecemos.
O eco da sua acção é muito amplo, abrangendo, ao nível do País, diversos domínios e agentes individuais e institucionais, nomeadamente do sistema de promoção e protecção dos direitos das crianças.
Mas a Associação Portuguesa para os Direitos dos Menores e da Família - CrescerSer - de que foi um dos fundadores e um dinamizador admirável, e para quem Rui Epifânio é uma insubstituível referência e fonte de inspiração - não pode deixar de contribuir para manter viva a sua memória, procurando que o seu pensamento, a sua acção e o seu exemplo frutifiquem num desenvolvimento do sistema que se aproxime o mais possível da sua visão lúcida, humanista, cultural, esperançosa e marcada por uma perspectiva critica na busca constante de um melhor presente e futuro para as crianças e, em consequência, para a comunidade.
Não pretende, porém, de forma alguma, o exclusivo dessa tarefa e terá todo o gosto de se associar a outras iniciativas que visem aprofundar e dar a conhecer a personalidade e a obra deste Homem, que é um exemplo excepcional de cidadania.
Dotado de uma genuína humildade, avesso como era a homenagens e a todas as honrarias, a Associação procurou lembrá-lo publicamente pela forma que, julgamos, melhor aceitaria e em que teria gosto - a reflexão, traduzida em trabalhos reunidos em livro, da autoria de alguns dos muitos que o estimavam e admiravam, versando assuntos de alguma forma ligados ao domínio que mais o interessou e em que a sua intervenção foi extremamente marcante - os direitos das crianças, considerados na sua concepção, no seu reconhecimento e nos caminhos para a sua efectivação.
A altura escolhida para esta iniciativa - o 50° aniversário da Declaração Universal dos Direitos da Criança e o 20° aniversário da Convenção dos Direitos da Criança - tem natural significado simbólico ao recordarmos alguém que tão bem soube interiorizar, densificar e transmitir os seus valores e princípios e pugnar por políticas, estratégias e acções reclamadas pela sua concretização na pessoa de todas e cada uma das nossas crianças.
A todos os que tão prontamente responderam ao desafio, o muito obrigado da Associação CrescerSer. Os seus contributos inserem-se na caminhada para uma nova cultura da criança fundada na nova perspectiva da sua cidadania plena, de que Rui Epifânio continuará a ser fonte de inspiração para uma intervenção sempre renovada e inovadora»
ARMANDO LEANDRO/LABORINHO LÚCIO/PAULO GUERRA


Convidem as crianças e contem-lhes esta história...
Era uma vez um Homem que passeava as crianças nos seus pensamentos, embalava-as nas suas acções e protegia-as no seu coração... que era "despercebidamente" grande...

Batemos a porta devagar
Olhamos só mais uma vez
Como é bonita esta sala
É o cais, flor de nós,
Águas mansas e a nudez da nossa saudade
Frágil como as asas de uma vida

É o riso, é a lágrima
A expressão que em nós deixaste
Não podia ser de outra maneira.
Pois é a sorte, é a sina,
Uma mão cheia de nada
E o teu mundo à nossa cabeceira…

Sabes Rui, nós nunca nos esquecemos de ti…
(ao som do outro Rui)

domingo, 14 de março de 2010

os sapatos, o cinema e as anedotas


Wittgenstein, de Derek Jarman

primeiro, os sapatos:«Sou prisioneiro de guerra dos italianos em Monte Cassino. Espero que nos encontremos depois da guerra. Ter sido alvo de tantos disparos alterou as minhas ideias sobre a filosofia tal como as alterou ter lido o Gospel in Brief de Tolstoi.
Escrevi um livro chamado Tractatus Logico-Philosophicus. Combina o simbolismo lógico com o misticismo religioso. É melhor sem sapatos, sem qualquer tipo de sapatos. Saudades, Ludwig [carta a Bertrand Russell 0:17:51]
depois, o cinema:Não havia comparação possível entre os seminários e o cinema. Eu adorava cinema, sobretudo filmes de cowboys e musicais. A Carmen Miranda e a Betty Hutton eram as minhas actrizes preferidas.
Sentava-me sempre na primeira fila. O filme actuava como um duche, libertando-me da palestra.
Odiava os newsreels. Eram demasiado patrióticos. Os seus autores deviam ser os melhores alunos de Goebbels.
E quando, no fim, passavam o hino nacional, escapava-me. [LW numa sala de cinema, em voz muito baixa 0:35:12]
por fim, as anedotas:— Gostava de ter edificado um esquema filosófico baseado em anedotas.
— E por que não o fez?
— Infelizmente, faltava-me o sentido de humor.[deitado na cama 1:03:57]

De volta (à Terra da Alice)


Após um grave problema técnico, voltamos a poder regar a Magnólia.

Hoje, dia 14 de Março, retomamos a nossa caminhada.

Mesmo que o preço tenha sido o sacrifício de alguns posts.

Aqui fica para constar...