domingo, 14 de março de 2010

os sapatos, o cinema e as anedotas


Wittgenstein, de Derek Jarman

primeiro, os sapatos:«Sou prisioneiro de guerra dos italianos em Monte Cassino. Espero que nos encontremos depois da guerra. Ter sido alvo de tantos disparos alterou as minhas ideias sobre a filosofia tal como as alterou ter lido o Gospel in Brief de Tolstoi.
Escrevi um livro chamado Tractatus Logico-Philosophicus. Combina o simbolismo lógico com o misticismo religioso. É melhor sem sapatos, sem qualquer tipo de sapatos. Saudades, Ludwig [carta a Bertrand Russell 0:17:51]
depois, o cinema:Não havia comparação possível entre os seminários e o cinema. Eu adorava cinema, sobretudo filmes de cowboys e musicais. A Carmen Miranda e a Betty Hutton eram as minhas actrizes preferidas.
Sentava-me sempre na primeira fila. O filme actuava como um duche, libertando-me da palestra.
Odiava os newsreels. Eram demasiado patrióticos. Os seus autores deviam ser os melhores alunos de Goebbels.
E quando, no fim, passavam o hino nacional, escapava-me. [LW numa sala de cinema, em voz muito baixa 0:35:12]
por fim, as anedotas:— Gostava de ter edificado um esquema filosófico baseado em anedotas.
— E por que não o fez?
— Infelizmente, faltava-me o sentido de humor.[deitado na cama 1:03:57]

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