quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

O ciclo de um dia - ode a um relógio


Farto-me de esperar.

Por ti, por tantos momentos que não tenho, pelo relógio que segue implacável a sua cruzada, sem olhar a devaneios, nem que por um segundo que seja...

Assisto aos meus dias iguais a todos os outros e espanto-me com a minha capacidade de resiliência.

Sou como as Primaveras - corto-me e volto sempre inteiro.

Sossego o meu cansaço nas horas que não tenho, no tempo que não me resta, nos afagos que não mereço.

E tu que não chegas!

Impaciente, com o regaço ainda vazio das tuas coisas, levanto-me e vou escrever um novo mail dirigido à felicidade (cujo endereço desconheço), a pedir para que os relógios suspendam as suas actividades diurnas e só laborem durante a noite, minha eterna cúmplice.

Talvez assim tu chegues a chegar!

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