Farto-me de esperar.
Por ti, por tantos momentos que não tenho, pelo relógio que segue implacável a sua cruzada, sem olhar a devaneios, nem que por um segundo que seja...
Assisto aos meus dias iguais a todos os outros e espanto-me com a minha capacidade de resiliência.
Sou como as Primaveras - corto-me e volto sempre inteiro.
Sossego o meu cansaço nas horas que não tenho, no tempo que não me resta, nos afagos que não mereço.
E tu que não chegas!
Impaciente, com o regaço ainda vazio das tuas coisas, levanto-me e vou escrever um novo mail dirigido à felicidade (cujo endereço desconheço), a pedir para que os relógios suspendam as suas actividades diurnas e só laborem durante a noite, minha eterna cúmplice.
Talvez assim tu chegues a chegar!
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