Quando repicaram os sinos em Guernica
Carmen limpou as lágrimas, despiu o ébrio homem, deitou-o no leito e correu para a arena
Munida de uma rubra verónica para afugentar os touros de morte
que lhe amarrotavam a solidão
Viu, então, Juan espirrando sangue
E gritou entre buzinas e saleros
Quiseram calar sua dor com o eco da metralha
E libertar a Espanha - apenas um outro nome para uma prisão - com os canhões da palha seca que atearam
Mas Carmen ergueu-se, cega de espanto, e voltou para o leito
Onde se aninhou junto da sua infelicidade
Quando se soube da vil sorte de Carmen e de Juan
Até Bizet inventou óperas de raiva
E Picasso trocou os anéis pelos pincéis
Em Guernica eram negros, de um ruidoso breu,
Os sorrisos cansados das mulheres que não gostavam de tourada
2 comentários:
Não consigo gostar de Paula Rego.Desculpem... A senhora tem problemas não resolvidos..detesto os quadros dela...e disse...pronto...batam-me.
Despiu o ébrio homem ? isso não existe, ou existia.... ninguém despe ninguem ébrio....Estando ébrio só mesmo por acaso...
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