"E quando para ele já não houvesse, nos estrados de madeira, qualquer lugar, por pequeno que fosse, cuidaria das velas, seria o que as acende e as apaga, no fim, uma por uma. Mas porque sabia todos os papéis, tomá-lo-iam também para ponto: a sua voz estaria, como quem diz, em todas as vozes. Apoderava-se dele uma alegria febril, nessa sensação de ser tantas pessoas ao mesmo tempo, a viverem tantas aventuras. O pequeno Lázaro não tinha limites, e bem podia sorrir amigavelmente ao seu próprio reflexo, que um pedaço de espelho entalado entre duas traves lhe remetia:não tinha forma, ele; tinha mil formas"
Marguerite Yourcenar in "Como a Água que Corre"
Sem comentários:
Enviar um comentário