quarta-feira, 2 de abril de 2008

(Anesthesia) Surgery ou um frame na intermitência da vida

O meu herói
O meu lar


E aquelas duas portas negras abrem-se para a luz
A cura era visível mas tão distante...
Deitei-me no duro leito da regeneração.
A partir dali estava para além de mim. Estava impotente...
Puseram-me a máscara do nada e caí em descanso... O corpo nada sentia mas a alma está viva e acesa.
Deu-se o primeiro corte...
Enfrentei-o como uma criança que oscila entra o medo do longínquo desconhecido e a incontornável curiosidade.
Ri-me, ri-me de mim.
Tudo era tão branco e limpo...
O meu corpo era deles mas eu não.
Eu, voava, via a precisão daquelas mãos que tudo controlavam e os olhos que até a rainha das águias que vive lá no alto, no alto do mundo a que só o pensamento alcança, invejaria...
Sentia-me frio
A morte assustava-me.
Aquela imensidão de nada, a profunda escuridão, a simples ideia da não-existência dava-me arrepios...
Eu era alguém...
Mas... Não sentia medo. Ela sorria-me, sem saber
Ali estava eu, nu de corpo e alma à mercê de um estranho, um anjo da vida de luvas brancas...
Senti-me a voltar ao meu lar
Doce corpo
Aquela viagem pelo tudo e pelo nada, em que o tempo não era obstáculo tinha acabado
Respirei..."
Escrito pelo Maracujá I

3 comentários:

Anónimo disse...

Maracujá. és lindo!
Continua assim!

Eu

Anónimo disse...

Ao romantismo sonhador e á poesia parece que se junta a introspecção...
Bonito.
Parabéns Maracujá I
Bj.
C (EV)

Anónimo disse...

Como compreendo o que tu dizes Maracujá!
Parabéns mais uma vez Passiflora, pelo teu Maracujá.
F.S.