sexta-feira, 4 de abril de 2008

Divinal


Dou-vos um poema a horas mortas
Para que o mote vos entenda:
Entre sílabas e versos incontidos na métrica geométrica do Tempo
Rateio o sonho e a vigília que me há-de trazer novas da grande Cidade
E sossego os temporais que no seu telúrico chilrear
Fazem-nos acreditar que ainda há redenção.

Dou-vos um Filho a horas tardias:
um homem, de vestes brancas, das minas negras do Vístula
E só vos peço que o deixeis sobreviver:
para isso, só há que saber ler o seu sorriso, saber entender as suas dores.

E, sobretudo, que ele nunca deixe de rimar...


(Ao Papa do Mundo, poeta das neves, encenador de uma nova Igreja, subido a outra instância em 2.4.2005)

3 comentários:

Anónimo disse...

Linda a foto...
Belo o texto...
F.S.

Anónimo disse...

«Todos os rios têm margens. Mas há-os tão largos que, quando estamos numa margem, não conseguimos ver a outra.
Assim há corações tão generosos e portadores de um amor tão fecundo, ao longo e ao largo que, ao lado deles, não conseguiríamos ver a outra margem do rio, não conseguimos ver a sua afectividade.
Não é em vão que se diz que a nossa alma é, de certo modo, infinita.
O amor torna-se mais fecundo quanto mais se exercita, quanto mais se entrega e quanto mais se amplia o caudal da sua afectividade... até não conseguir ver a outra margem».

Eu

Guilherme Salem disse...

Este "Eu" merece um lugar ao sol neste blog.