terça-feira, 8 de abril de 2008

Pablo


Em 8 de abril de 1973, morre Pablo Ruiz Picasso, pintor espanhol, aos 91 anos.

Poeta de imagens, romancista das cores, letrista das formas.

Trinta e cinco anos depois, ainda passeamos as nossas angústias pelas suas telas.
E envelhecemos ao som do seu supremo pincel, seja cubista, seja modernista, seja azulista...
Como diria a nossa Natália:
Pusemos tanto azul nessa distância
ancorada em incerta claridade
e ficámos nas paredes do vento
a escorrer para tudo o que ele invade.
Pusemos tantas flores nas horas breves
que secam folhas nas árvores dos dedos.
E ficámos cingidos nas estátuas
a morder-nos na carne dum segredo.

5 comentários:

Guilherme Salem disse...

Pablo...de uma geração como Llorca, ou Dali, um pouco mais velho certo, mas mesmo assim do mesmo tempo. A sua pintura, a sua cerâmica, a sua vida, os seus amores, a sua crueza e frieza, a sua genialidade...pudessemos todos ser assim...tão autênticos e expontâneos em tudo. Imaginem um mundo repleto, e nós rodeados,de Pablos Picassos(com 91 ou 19 anos)...que revolução.

Passiflora Maré disse...

Atenção GUI, um mundo de Génios seria também um mundo de primas donas, excessivas, excêntricas, narcisistas...

Guilherme Salem disse...

Pois sim Maré...mas de mediocridade e mediania andamos, creio, todos cheios. Venham primas donas (com todos os seus excessos, excentricidades e narcisismo...ou não seriam primas donas)e encham-nos de arte e bom gosto. O segredo é passar por cima desses excessos, excentricidades e narcisismo...ou achas que a Maria Callas, a Bette Davis, a Margot Fonteyn(espero que esteja bem escrito)o Caruso, o Pavarotti, e outros menos óbvios...tipo Paul Newman, Audrey Hepburn (mais uma vez, espero que esteja bem escrito), Katherine Hepburn (idem), e, entre nós, Amélia Rey Colaço ou Eunice MUnoz, sobreviviam sem essa aura de prima(o)s donna(o)s ? e nem falei em artistas plásticos tout court...
Mas isto sou eu a falar...e, admito, não serei um exemplo. Agora, Atenção ? não, não terei nenhuma.

Passiflora Maré disse...

Gui. Não quis repreender-te.
Apenas fazer-te ver que, todos génios, seria um tremendo excesso.
Nenhum teria paciência para o outro.
Nós os dois, os próprios, somos excessivos.
Eu, uma excessiva relativamente contida.
Tu, um excessivo absolutamente incontido.

Guilherme Salem disse...

Ora lá vai minha Maré...
Aí tens razão...talvez fossem excessos a mais todos juntos. Mas, como tu e eu, ainda bem que uns são relativamente contidos e outros absolutamente incontidos...assim a gente se completa e se equilibra...right ?