domingo, 6 de abril de 2008

Sunset Boulevard










O actor Charlton Heston, uma das últimas lendas vivas de Hollywood, morreu ontem na sua casa de Beverly Hills.
Charlton Heston, que se notabilizou graças a papéis heróicos em super-produções como “Ben Hur” ou “Os Dez Mandamentos”, faleceu aos 84 anos de idade, sofrendo da doença de Alzheimer.
Nascido em Outubro de 1923, Heston iniciou a carreira na rádio e no teatro, fez cursos de arte dramática na North Western University e serviu na Força Aérea durante a II Guerra Mundial. Só em 1945 o actor com estatura de atleta - tinha mais de dois metros de altura - tentou a sorte na Broadway.
A grande estreia foi em 1947, com "António e Cleópatra", e um ano depois o papel numa adaptação para televisão de "Júlio César" deu-lhe acesso a Hollywood.
Na década seguinte interpretaria alguns dos papéis mais marcantes da história do cinema, com destaque para Judah Ben-Hur, que lhe valeu em 1959 o único Óscar da Academia, mas também o de Moisés em "Os Dez Mandamentos" (1956).
Estes são, no entanto, apenas os mais famosos de uma carreira que se prolongou por meio século, uma das longas da história do cinema, embora nem sempre com o reconhecimento unânime da crítica.
"Fiz papel de cardeal e de cowboy, de reis e jogadores de futebol, de presidentes e de pedintes, de loucos e de burlões", afirmou numa entrevista recente.
Nos anos 60, utilizou o seu protagonismo para defender causas relacionadas com os direitos humanos, tendo acompanhado mesmo Martin Luther King durante a Marcha pelos Direitos Civis a Washington, em 1963, usando uma faixa onde se lia: “Todos os homens nascem iguais”.
Em 1998, exactamente 20 anos depois de ter participado num debate televisivo onde pediu apoio ao Presidente Lyndon Johnson na sua tentativa de controlar a venda de armas nos EUA, rodeou-se de polémica ao tornar-se presidente da National Rifle Association (NRA), um dos mais poderosos “lobbies” americanos para a liberalização de armas no país.

Peace!

4 comentários:

armando s. sousa disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
armando s. sousa disse...

Teve papéis memoráveis como actor, e comportamentos políticos para esquecer, especialmente através da National Rifle Association (NRA).

Segundo a revista Time, da semana passada, estima-se que o número de armas nos EUA, é de 193 milhões de armas para uma população à volta de 300 milhões de pessoas.

Quando diz, no seu texto: " Em 1998, exactamente 20 anos depois...", acho que o que está correcto é dizer
"...Em 1998, exactamente 30 anos depois...", pois o Lyndon Johnson, não era Presidente do EUA em 1978, aliás já tinha morrido.

A iniciativa de Charlton Heston pedir apoio ao Presidente Lyndon Johnson, para controlar a venda de armas nos EUA, foi feita após o assassinato de Martin Luther King.
Mas trinta anos depois, fez tudo ao contrário.

Um abraço.

Guilherme Salem disse...

Concordo com o armando...o senhor Heston conseguiu conduzir-me da admiração a uma espécie de menosprezo. Contudo, olhemos para o todo, como em tudo. Vejamos a floresta (que foi a vida dele) e não a árvore.

César Paulo Salema disse...

Tenha pensado o que pensou, não deixou de deixar legado na Sétima Arte. É o mesmo que me virem agora dizer que o Billy Wilder foi nazi...
Daí a minha elegia... tenham passado 20, 30, 40 anos sobre qualquer outro evento.