segunda-feira, 21 de abril de 2008

Um sol em forma de criança







Desculpem por não ser um "Menino do Bairro Negro" na voz original.
Mas não encontrei. Esta voz profunda pareceu-me bem.



O Melhor do Mundo são as Crianças.

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre,
bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor,
quanto há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa

12 comentários:

R. disse...

Tenho de dizer que... ADOREI!

Passiflora Maré disse...

Obrigada r.
De todas as canções do "Zeca" esta é a minha preferida.
Sou capaz de a ouvir um dia inteiro.

Anónimo disse...

A Marisa é uma DEUSA...E como tem o nobre sangue negro nas veias e na alma, a escolha, ainda que possa ter sido uma alternativa, foi perfeita.Penso aliás que o ZECA escreveu esta canção para ser cantada por ELa, ainda que não o soubesse.
Obrigada por ter conseguido que eu hoje formulasse um comentário.
Um beijo.

Passiflora Maré disse...

Obrigada Ana, que rara e apreciada é a sua presença.
E como seria, certamente, apreciada pelo César se soubesse quem é.
Logo qe ele mo permita dir-lho-ei.

Guilherme Salem disse...

Maré..diz-lhe...ora essa...se é assim tão divino e tão sublime ele merece saber..
Deixem o Zeca descansar em paz que ele não quer saber de vocês para nada,,,acreditem...,e quanto à Mariza...deixem-na cantar pelos mundanos palcos que tanto adora...e deixem a D.Ámália apodrecer em paz lá no Panteão. Parem com essas fixações ""fadisticas".Viva o Camené.

Passiflora Maré disse...

Jonnas há um estilo musical definido para este blogue?
Se há tem de me ser comunicado. Obrigada.

Anónimo disse...

Triste o fado daqueles que desconhecem o seu lugar na vida e e ainda perdem tempo a bombardear as opções dos outros...
Sabe ó comentador da 1.59, liberdade de opinião é coisa bem diversa de desrespeito.Mas pensando bem, só quem tem opinião é que sabe disso!

Guilherme Salem disse...

Maré: claro que não há nenhum estilo musical definido. A Magnólia é livre. Só por piada perguntas isso.
Anónimo das 10.49 horas: quanto a desrespeito estamos falados. No mais, acredito que não sabe o que diz pois não me conhece, nem quero que me conheça.Embora não entenda a agressividade, que o meu comentário jocoso não merece, também não me afecta. Por mim volte sempre e diga o que lhe vai na alma.

Anónimo disse...

Jocoso? Se calhar inventaram um novo sentido para a palavra e eu ainda não tinha reparado!
Quanto à agressividade só me ocorre dizer "Diz o roto ao nu", pese embora no caso ficasse melhor dizer "diz o nu ao roto". Voltarei.

Guilherme Salem disse...

Volte sempre que é bem vindo. O fel que discorre também faz falta.
Do roto para o nú ou do nú para o roto, como queira.
PS: não conte comigo para andar nestas trocas de galhardetes. Duas ou três vezes tem piada. A partir daí fica doentio.Se eu não voltar a responder, já sabe. Mas diga tudo, sempre. Não cultivo agressividades nem rancores,nem polémicas estéreis...são minudências. E fazem mal à saúde. Um abraço, sem ironias, e votos de uma vida feliz.

César Paulo Salema disse...

Criei esta magnólia como espaço de paz.
E acho lamentável que haja leituras tão distorcidas das palavras do Gui.
Para que conste, ele gosta de muitos fados, de fandangos e de flamengos, de tangos e de boleros, de de amores-perfeitos e de rosas mperfeitas, e é a pessoa menos preconceituosa que conheço. E, por isso, eu e a minha C. seremos sempre seus amigos...

César Paulo Salema disse...

a minha rosa saiu imperfeita.
Sorry