sexta-feira, 2 de maio de 2008

DÁDIVA


«Um dia tão feliz.
O nevoeiro levantou cedo, eu trabalhava no jardim.
Os beija-flores pairavam sobre a madressilva.
Não havia na terra coisa que eu quisesse ter.
Não conhecia ninguém digno da minha inveja.
O que houvera de mal, já tinha esquecido.
Não tinha vergonha de me lembrar que tinha sido quem fôra.
No corpo nada doía.
Endireitando as costas, via as velas e o mar azul.»
Czeslaw Milosz. Alguns gostam de Poesia. Antologia.

1 comentário:

Anónimo disse...

Lá para os setenta anos sentirei esta felicidade.
Ou nessa altura esta felicidade já não existe?