sábado, 24 de maio de 2008

Filhos das Estrelas





«- Nada dura para sempe, George - disse Eric. - Se as estrelas brilhassem para sempre, não estaríamos aqui.
É dentro das suas barrigas que as estrelas transformam pequenas partículas em partículas maiores. É isso que uma reacção de fusão nuclear faz: funde e une pequenas partículas e constrói átomos grandes a partir de átomos pequenos. Esta fusão liberta uma energia enorme e é isso que faz as estrelas brilhar. Quase todos os elementos de que tu e eu somos compostos foram criados dentro das estrelas que existiram muito antes de a terra ser criada. Por isso, pode dizer-se que somos todos filhos das estrelas. Quando explodiram há muito tempo, essas estrelas lançaram para o espaço sideral todos esses átomos grandes que criaram. O mesmo irá acontecer à estrela que estás a ver agora. Irá explodir no final da sua vida, quando não houver mais partículas pequenas disponíveis para se fundirem em partículas maiores. A explosão irá enviar para o espaço sideral todos os átomos grandes que a estrela criou na barriga.
A estrela do outro lado da janela parecia zangada. A cor amarelada estava a ficar avermelhada enquanto a estrela crescia cada vez mais, ficando tão grande que quase não se via mais através da janela. George teve a sensação de que a estrela ia explodir a qualquer momento. Eric carregou no comnado e a janela afastou-se imediatamente da estrela cada vez mais vermelha.
- É ou não é espantoso!? - exclamou Eric. - De início a bola encolhe e nasce uma estrela, e depois a estrela cresce cada vez mais! E agora está quase a explodir! Agora é que não podes tirar os óculos.
George continuou a olhar fascinado para a estrela. De repente, muito depois de ter alcançado um tamanho que ninguém poderia ter imaginado, deu-se a mais poderosa explosão que George já tinha visto. A estrela rebentou, lançando para o espaço sideral enormes quantidades de luz e gás rubro, bem como todos os átomos que tinha criado. Depois da explosão, George reparou que tudo o que restara da estrela era uma nuvem nova e bela, cheia de cores extraordinárias e novos materiais.
- Oooo-ahhhh!- Exclamou. Era como estar a assistir ao mais incrível espectáculo de fogo-de-artifício.
- Sabes - disse Eric-, com o tempo, a nuvem colorida que estás a ver irá misturar-se com outras nuvens provenientes de estrelas distantes que também explodiram. Enquanto arrefecem todos os gases destas nuvens vão misturar-se numa nuvem maior onde voltarão a nascer estrelas.»

"A Chave Secreta Para o Universo" Lucy e Stephen Hawking

2 comentários:

César Paulo Salema disse...

Nada é verde para sempre.
Nem as constelações.
Nem as folhas da nossa vida...

julioletras disse...

Muito bonito, tal como interessante.