De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente
(DE quem é isto? Aceitam-se propostas)
2 comentários:
Sorry.
Trata-se do "Soneto de Separação", escrito por Vinícius de Moraes em Setembro de 1938, no Oceano Atlântico, a bordo do Higland Patriot, a caminho da Inglaterra.
Bem, Maré já respondeu, com dados "biográficos" do poema.
Pode ser lido e sempre relido e saboreado no livro "Antologia Poética",das Publicações D. Quixote ( que além deste tem outros belíssimos poemas do (nosso, parece-me) encantatório e fascinante VINICIUs.
Bj.
C(EN)
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