segunda-feira, 7 de julho de 2008

Boletim Metereológico (caia sol ou faça chuva)



Quando a chuva passar,
informa-me do novo boletim do tempo,
desse tempo que ainda não conheci de perto,
desse mundo a que nunca irei pertencer...
Sinto os olhos irados
de tanto cansaço,
sinto a alma pesada de tanta leveza de ser.
Quando regressar a tulipa desencantada,
chama-me de longe,
que eu virei abraçar o perfume que dela emana.
Quando a chuva parar,
quando o teu mundo se irar,
quando o novo tempo se abrir,
partirei as lanças do meu desassossego
E acalmarei o vermelho rubro da dita flor...
Quando me olhares de mais perto,
mesmo que seja para me mandares para longe,
verifica primeiro se a chuva já passou
e se não deixaste pegadas na areia sonâmbula do teu murmúrio.
Não quero marés.
Nem marinheiros.
Não quero flores espantadas,
nem jardineiros.
Quero a chuva que não sabe onde mais cair,
quero o meu passado mais perto de um futuro que não roubarei ao teu presente.

Assim,
desalentado.
mudo e quedo,
espantado com o teu espanto,
verei a chuva cair
sem me molhar.

1 comentário:

Anónimo disse...

Correr pela rua fora e apanhar uma molha daquelas que chega até aos ossos e inunda a alma, às vezes é preciso...Eu sei que é um grande nadador.
Um grande abraço.