domingo, 6 de julho de 2008

Outras intimidades


De volta à magnólia (cheia de intimidades recentes), trago novas de Nuno Júdice.
Publicou recentemente "A Matéria do Poema".
Dele chega-me este desabafo:

Abro a caixa do poema para descobrir
velhos versos, estrofes que ficaram a meio,
imagens gastas pelo bolor dos anos.
Devia ter deitado tudo para o lixo, no meio
de metáforas sem uso, de aliterações
surdas, de hipérboles furadas como balões
de feira. Mas encontro palavras que ainda
me servem, as que falam de coisas que não
passam, as que trazem um eco de vozes
que voltam a soar aos meus ouvidos, como
se estivessem comigo.
E volto a fechá-la,
para não perder o que nunca tive.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bien revenu ( espero que a alma te esteja mais leve).

O texto é bonito e apropriado ( o eterno retorno às lembranças, as saudades, as eternas interrogações sobre as perdas, as eternas sensações de algum desamparo). Somos nós, porque a vida é (sempre,acho) assim.

Bj.
C(EN)