sexta-feira, 18 de julho de 2008

Verão (que faz mesmo calor)...


~ Soneto 17 ~



Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.


Ás vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.


Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:


Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.



William Shakespeare

E eu que abomino o Verão...

2 comentários:

armando s. sousa disse...

Citando o aclamado Shakespeare:

"A paixão aumenta em função dos obstáculos que se lhe opõe".

Avó Pirueta disse...

Excelente tradução, meu Caro! Você está a impressionar-me! E já conheço o Guilherme de um comentário, o que quer dizer que já conheço a troupe toda! Sejam bem-vindos à minha Caixinha de Afectos! Avó Pirueta