sexta-feira, 8 de agosto de 2008

A arte da espera



Nesta cadeira me sento,

é nela que me apresento,

mas menos do que me ausento,

tento, lamento, avelhento,

aqui me invento e rebento;

passo cordura de unguento

e alimento o alento

da vida de sono e pão.

Desta cadeira prossigo

para um outro nó pascigo,

já sem perigo nem abrigo,

amigo como inimigo,

com meu já perdido um

bigode só nascer por castigo:

ali de vez eu te irrigo,

cintilante coração.

(Pedro Tamen)

1 comentário:

Anónimo disse...

Admirável a junção das palavras ás fotos.
Brilhante...