quinta-feira, 7 de agosto de 2008
A menina da bicicleta branca.
Minha primeira bicicleta branca!
Minha máquina de costura de brincar!
Minha rede de bordar com lã velha!
Minha gruta entre o silvado!
Onde estais?
Num recanto profundo do meu ser?
Sois a roupa que veste
a menina que lá mora, e que já mal conheço!
Queria hoje, correr com as pernas
escanzeladas daquela menina!
E queria ouvir a sua voz,
a declamar poesia nos teatros da aldeia!
E tenho saudades do seu sorriso branco
de dentes certos!
E queria tanto, jogar às escondidas
num dia de Verão, com o pai a vigiar-nos!
E queria a tua alegria, menina!
E queria estar com todos os teus companheiros
de aventura!
Menina como te amo, eu que nunca deixei de ser tu!
Mas, menina, só eu tenho fantasmas...
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5 comentários:
Linda poesia que me remeteu para a infância. Gostoso passar por aqui.
Bjs
Lindo poema de colos.
Bj.
C(EN)
Menina Passiflora:
Ainda bem que não deixou "de ser Tu"!
Belíssima fotografia. Íntimas e genuínas palavras.
Lindo!!!
Tão lindo que se fica sem palavras. Mudo, com os sentimentos a fervilhar.
O que prova que as palavras cedem sempre às emoções o que nos deixa o eterno desafio de bem gerir todo(s) o(s) silêncio(s).
Um beijinho.
Aus Ar Dep
Ontem vi uma criança com uma bicicleta. Era o seu primeiro dia com uma bicicleta. E vi o fascínio que a bicicleta provocava naquela criança. E lembrei-me do primeiro dia com a minha bicicleta. Era vermelha, recordo agora.
E fui-me lembrando de tudo o resto, as brincadeiras, a primeira escola, os jogos à bola, o fascínio do rio, as figuras típicas, as festas do Junho, os bombos, a chegada dos gigantones, os grupos corais, os acampamentos, as conversas profundas até altas horas, e por aí adiante.
Entretanto, os olhos da criança dar as primeiras pedaladas brilhavam como um dia brilharam os meus e os nossos.
Foi bonito e fez bem este regresso à infância esquecida.
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