Podes esperar no cais,
que para ti imaginaste.
Eu não voltarei.
Fugi da tua rua,
da tua cidade,
da falta de lar,
de ti.
A obssessão é só tua.
Eu já não sonho,
com fogo de artifício verde.
E a água
há muito tempo
que deixou de me queimar.
O meu rosto tem olhos,
boca, nariz
e maçãs salientes.
Está airoso,
e resplandece
na sabedoria da idade.
A alfazema e a madressilva
vivem no jardim com as abelhas,
E quem recolhe o mel selvagem
são as aves alegres que nele vadiam.
Não gosto de bonecas,
são brinquedos
de mulheres desequilibradas.
Rostos mortos.
Em comum contigo,
apenas,
aceitar o imponderável,
por lucidez, não por destino!
Não esperes por mim,
eu, os meus livros,
e o cheiro deles,
não voltaremos.
Não esperes por mim,
se o fizeres
vais morrer no cais...
P.S. Prefiro o linho e o algodão,
à névoa cambraia,
na minha idade
não há transparências...
2 comentários:
Bem, espero que ele não desista...
Bj.
C(EN)
Olha Passi, eu adorei esse seu texto. Muitas vezes, nós às mulheres precisamos aprender a ser implacáveis, como você foi.
Ser só mel e flôr, faz com que os homens façam de nós capacho, ou como dizem vocês aqui, "gato sapato".
Enviar um comentário