terça-feira, 25 de novembro de 2008

O construtor de pontes


Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito.
Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado a lado. Mas agora tudo havia mudado.
O que começou com um pequeno mal-entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.
Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta. Abriu-a e se deparou com um homem que lhe disse:
- Estou procurando trabalho. Talvez você tenha algum serviço para mim...
Sim, disse o fazendeiro. Claro! Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho. Na realidade é do meu irmão mais novo.
Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. - Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois use para construir uma cerca bem alta.

- Acho que entendo a situação, disse o carpinteiro. - Mostre-me onde estão a pá e os pregos.
O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade. O homem ficou ali cortando, medindo, trabalhando o dia inteiro.
Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez de cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho. Era um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou: - Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo que lhe contei.
Mas as surpresas não pararam aí. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se aproximando de braços abertos.

Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio.
O irmão mais novo então falou: - Você realmente foi muito amigo construindo esta ponte mesmo depois do que eu lhe disse.

De repente, num só impulso, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se no meio da ponte.
O carpinteiro que fez o trabalho partiu com sua caixa de ferramentas.

- Espere, fique connosco! Tenho outros trabalhos para você.

E o carpinteiro respondeu:

- Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir...



1 comentário:

Eu disse...

Também cada um de nós é chamado, em determinadas circunstâncias das nossas vidas, para fazer o papel dequele carpinteiro: construir «pontes».

Eu