segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Dar versos como a cerejeira


Acordar ser na manhã de abril
a brancura desta cerejeira;
arder das folhas à raíz,
dar versos ou florir desta maneira.

Abrir os braços, acolher os ramos
o vento, a luz, ou o que quer que seja;
sentir o tempo, fibra a fibra,
a tecer o coração de uma cereja

Eugénio de Andrade «As Mãos e os Frutos», 1948.

1 comentário:

Anabela Magalhães disse...

Estamos bem necessitados de flores, Passi!
Bjs