sábado, 25 de abril de 2009

Liberdade - Tomo III



O meu ponto de luz
é aquele recanto de sossego multicolor
onde faço das minhas vontades ordens
e das minhas fraquezas fortes plenos de lama,
pânico,
glória,
suor
e coração.
Chama-me o vento.
Não tenho como não lhe responder.
Esqueci-me da palavra passe
do código de honra da minha alma
das cores com que te vestes, solidão...
Escrevo uma prece ao mar perfeito.
Ele não tem como me responder.
Não tem papel de carta, nem tinta permanente.
Só a areia, paleta insensata de sílabas,
onde as letras se escapam
ao sabor da espuma com que se enfeita,
no baile das anémonas e dos corais.
Dói-me o nome.
Atrevo-me a respirar o cravo que não me ofertaste
no segundo minuto em que a minha hora de vida
bateu no fundo do relógio mais atrasado do meu espanto.
Meu ponto de luz?
Desligaram-me sem pré-aviso
e deram-me uma fatia de treva
que logo pinto de branco
à espera de um outro brilho.

Sei onde me dói,
Mas não quero que pare de doer...


ao Gui.

6 comentários:

Guilherme Salem disse...

Obrigado...

Guilherme Salem disse...

Obrigado parece pouco...mas é muito para nós. Não tenho palavras que cheguem para agradecer a dedicatória e homenagem. César, és, sem dúvida, não só o meu melhor amigo, mas a minha alma gémea, meu irmão e sangue do meu sangue. Sem ti a minha vida estaria muito pobre e vazia.Um Grande Abraço e Beijo (assim, publicos..who cares ?). Gui.

alfazema disse...

Que felicidade ter dado a César a liberdade de mexer na alfazema
beijos meu "muso"

R. disse...

O que eu gosto destes dois...
Assim... tão únicos e nisso tão especiais, melhores, exemplares :)
Beijinhos ao C. e ao G.,
da R.

Anónimo disse...

Isto é MUITO bem. DEvia publicar!
Lúcia

Anónimo disse...

Muito bem é o amor que sentem e ousam deixar respirar...almas maiores