sábado, 25 de abril de 2009

Liberdade


Uma rajada de vento quebrou
a haste do gladíolo vermelho.
Tombado junto à cerca de arame
é como um braço vencido por um súbito cansaço.
Em volta a paisagem observa
o seu próprio esplendor verde depois da chuva.
A flor vermelha esmorece
sob a intensidade do sol
e o caule extingue-se de volta à terra.
Sabemos vagamente como tudo isto acontece,
ébrios de identidade e permanência:
em poucos dias completar-se-á a dissolução.
Mas lenta é a morte
por dentro deste fim que acabaremos por esquecer.


J.G. (poeta argentino)




Esta noite uma outra flor rubra amanheceu...
Para nunca mais morrer...

2 comentários:

Guilherme Salem disse...

Belo poema.
Que nunca morram as flores que desabrocham pela noite.

Anónimo disse...

que nunca morra a liberdade