Não se olhavam.
Na partilhada penumbra ambos estavam sérios e silenciosos.
Ele tinha-lhe pegado na mão esquerda e tirava-lhe e punha-lhe o anel de marfim e o anel de prata.
A seguir pegou-lhe na mão direita e tirou-lhe e pôs-lhe os dois anéis de prata e o anel de ouro com pedras duras.
Ela estendia alternadamente as mãos.
Aquilo durou algum tempo.
Foram entrelaçando os dedos e juntando as palmas das mãos.
Procediam com lenta delicadeza, como se temessem enganar-se.
Não sabiam que era necessário aquele jogo para que determinada coisa acontecesse, no futuro, em determinada região.
jorge luís borges - história da noite - obras completas III - círculo de leitores
(roubado de um barco de flores)
3 comentários:
Bonito....e nada mais seria de esperar. Eu...para ti, e para vós.
Sempre belo e intenso, o grande JLB.
Belo post.
AugustoMaio....é sempre um gosto vê-lo por cá..
E é sempre um gosto percorrer o seu blogue. Um Abraço...G
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