quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Carta (sem endereço)


Escrevo-te de perto, como se a mão
te fosse objecto breve aflorado,
como se da rua te chegasse
a certeza pequena para a compra
dos minutos seguintes.

De perto
como o sol, como a cigarra.
Como um silêncio cheio
que te viesse aos olhos de manhã
e amar-te fosse a roupa
escolhida ao começar o dia.


Pedro Tamen

3 comentários:

Anónimo disse...

Belo

DI disse...

Reitero. É, de facto, belo. A doce luminosidade do pôr-do-sol ganha intensidade com o brilho das palavras ... Articulação perfeita.

Guilherme Salem disse...

Hellas.
Adorei.