quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O último metro


Falar de CRIAÇÃO no último dia do ano é bom presságio.
Porque os extremos se tocam e o alfa e o omega nunca estiveram tão perto
Por isso, recordo Haydn e Sena, um dos nossos maiores.


A CRIAÇÃO, DE HAYDN


Felizes estes homens que podiam escrever da Criação,
confiadamente compor-por mais dores que sofressem
enquanto humanos e como seres viventes-
tão jubilantes cânticos do criar do Mundo.

Era belo, era bom, era perfeito o Mundo.
É certo que o cantavam quando apenas criado,
e o par humano pisava sem pecado
o jardim paradisíaco.

Nós nem mesmo em momentos únicos,
raríssimos, epifânicos
-e não só por não crermos no pecado-,
não podemos.

Jorge de Sena

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