sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O erro de Picasso


Picasso
erra
quando pinta
e erra
quando ama.

Mas quando erra,
erra
violenta e
generosamente,
erra
com exuberante
arrogância,
erra
como o touro erra
seu papel de vítima,
sangrando
quem, por muito amar, fere
e sai ovacionado
com banderilhas na carne.

Pintor do excesso
e exuberância,
Picasso
é extravagância.
Ele erra,
mas nele,
o erro
mais que erro
- é errância.

Affonso Romano de Sant'Anna

1 comentário:

DI disse...

A errância é, sem dúvida, intrínseca à condição de todo aquele que encontra no seu ser e no ser dos demais, o caminho da aprendizagem. Não releva as vezes que erramos mas o que com os nossos erros aprendemos e é sempre tanto...