O herói em versão menina tem um nome: Alice.
Alice não é uma menina, é a menina que todas as meninas gostariam de ser, se não o fossem. Curiosa porque criança, bem humorada porque infantil, educada porque menina, emotiva porque mulher, inteligente por tudo isto e porque sim.
A revolucionária Alice nasceu em 1862, depois de ter pedido para ser inventada e assim corresponder ao arquétipo de personagem eterna: o herói menina.
Apesar de mudar de tamanho, é criança toda a vida, o tempo inteiro, há quase 150 anos, ao longo de milhares de infâncias (e não só) que lhe dão vida sempre que a lêem em mais de 50 línguas.
As suas aventuras não são uma história que adormeça crianças, o mais provável é despertar adultos.
A primeira heroína infantil vive no território fértil da imaginação, onde a inocência e a perversidade são vizinhas. A sua infância inventada é o espaço possível da liberdade e Alice comete uma série de infracções. Sai sozinha à aventura, não sabe para onde vai, desconhece os seres com quem fala, obedece às ordens de etiquetas e letreiros inusitados e acredita em quase tudo o que vê.
Procura a sua identidade na linguagem e percorre um iniciático país das maravilhas.
Tem a experiência do desumano, ficando minúscula ou crescendo desmesuradamente. Passeia por um jardim de contradições e paradoxos, à imagem do mundo. O absurdo é a expressão acabada da inocência.
Nonsense lembra foneticamente innocence.
E a sua inocência é um hino ao que sente e pensa. Perdida entre dois universos insólitos, a heroína vence os adultos, tal como o país das maravilhas subjuga o real.
(Maria João Freitas)
Alice vem aí.
Pela mão de Tim Burton.
Não lhe fechem a porta, por favor.
3 comentários:
espero q as mentes estejam suficientemente abertas a essa alice
Também eu, Rinah. Bem vinda à Magnólia...
Não fecharei não ....Faço minhas as palavras da Rinah.
jinho César
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