quinta-feira, 15 de julho de 2010

6 comentários:

Anónimo disse...

Foi de propósito.
Um anti-post, pois então?!
É um post em que nada se diz - não será a melhor maneira de dizer algo?

CPS

Anónimo disse...

Meu corpo em movimento
Minha voz à procura
Do seu próprio lamento
Meu limão de amargura
Meu punhal a crescer;
Nós parámos o tempo
Não sabemos morrer
E nascemos nascemos
Do nosso entristecer.

Meu amor meu amor
Meu pássaro cinzento
A chorar a lonjura
Do nosso afastamento.

Meu amor meu amor
Meu nó de sofrimento
Minha mó de ternura
Minha nau de tormento:
Este mar não tem cura
Este céu não tem ar
Nós parámos o vento
Não sabemos nadar
E morremos morremos
Devagar devagar


Poema: José Carlos Ary Dos Santos

Anónimo disse...

Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.


Miguel Torga

Anónimo disse...

assim o silêncio fica de oiro.
por causa de vocês
perla

César Paulo Salema disse...

Merci Chloé

Anónimo disse...

As horas pela Alameda
Arrastam vestes de seda
Vestes de seda sonhada
Sob o azular do Luar ...
e ouve-se no ar a expirar
A expirar mas nunca espira
Uma flauta que delira,
que é mais a ideia de ouvi-la
que ouvi-la tranquila
Pelo ar a ondear e a ir
Silêncio a tremeluzir

Fernando Pessoa