Eu e ela
Cobertos de folhagem, na verdura,
O teu braço ao redor do meu pescoço,
O teu fato sem ter um só destroço,
O meu braço apertando-te a cintura;
Num mimoso jardim, ó pomba mansa,
Sobre um banco de mármore assentados.
Na sombra dos arbustos, que abraçados,
Beijarão meigamente a tua trança.
Nós havemos de estar ambos unidos,
Sem gozos sensuais, sem más ideias,
Esquecendo para sempre as nossas ceias,
E a loucura dos vinhos atrevidos.
Nós teremos então sobre os joelhos
Um livro que nos diga muitas cousas
Dos mistérios que estão para além das lousas,
Onde havemos de entrar antes de velhos.
Outras vezes buscando distracção,
Leremos bons romances galhofeiros,
Gozaremos assim dias inteiros,
Formando unicamente um coração.
Beatos ou pagãos, vida à paxá,
Nós leremos, aceita este meu voto,
O Flos-Sanctorum místico e devoto
E o laxo Cavalheiro de Flaublas...
Cesário Verde
Cobertos de folhagem, na verdura,
O teu braço ao redor do meu pescoço,
O teu fato sem ter um só destroço,
O meu braço apertando-te a cintura;
Num mimoso jardim, ó pomba mansa,
Sobre um banco de mármore assentados.
Na sombra dos arbustos, que abraçados,
Beijarão meigamente a tua trança.
Nós havemos de estar ambos unidos,
Sem gozos sensuais, sem más ideias,
Esquecendo para sempre as nossas ceias,
E a loucura dos vinhos atrevidos.
Nós teremos então sobre os joelhos
Um livro que nos diga muitas cousas
Dos mistérios que estão para além das lousas,
Onde havemos de entrar antes de velhos.
Outras vezes buscando distracção,
Leremos bons romances galhofeiros,
Gozaremos assim dias inteiros,
Formando unicamente um coração.
Beatos ou pagãos, vida à paxá,
Nós leremos, aceita este meu voto,
O Flos-Sanctorum místico e devoto
E o laxo Cavalheiro de Flaublas...
Cesário Verde
5 comentários:
Bilhete
Se tu me amas,
ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres, enfim,
tem de ser bem devagarinho,
Amada, que a vida é breve,
e o amor mais breve ainda...
Mário Quintana
Bonito. Obrigado a quem colocou tão belo poema
Olá Gui...que bom voltar a tê-lo por aqui.
Canção do Dia de Sempre
Tão bom viver dia a dia...
viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu...
É só ganhar , toda a vida,
Inexperiência...esperança
E a rosa louca dos ventos
presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio.
Sempre é outro rio a passar
nada jamais continua,
tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
das outras vezes perdidas-
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas ...
Mário Quintana-
Beijinhos e um ramo de jarros
Tenho nome de Flor
Peço desculpa!
não reparei que o poema anterior também é de Mário Quintana,
Mas Gui vai perceber porque coloquei este poema
Tenho nome de Flor
Mais um poema lindo...Mario Quintana merece...belas palavras belas mensagens...
Obrigado nome de Flor...estou sempre a contar consigo...companheira de caminhos dificeis e ingratos...um bálsamo para mim tê-la aí. Obrigado.
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