domingo, 19 de setembro de 2010

Alice


No outro dia, comprei (mais) uma Alice no País das Maravilhas.

Quando pedi para embrulhar o livro para oferta, a livreira perguntou: é para adulto ou para criança? Devolvi a pergunta com outra: quantos livros permitem esta dúvida, além da Alice?

Não imagino alguém perguntar se Os Maias ou o Sexus são um presente para adulto ou para criança.
Nem a questionar se O Pêndulo de Foucault ou as Memórias de Adriano deverão ser embrulhados com um papel repleto de ursos, balões ou rebuçados. Ou a colocar a hipótese de A República, O Estrangeiro, A Faca não corta o fogo, A nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer ou o Tractatus Logico-Philosophicus serem oferecidos a uma criança.

Apesar desta Alice ser para um adulto, apeteceu-me responder que era para uma criança, como se o leitor tivesse as duas idades. E fosse crescendo ou diminuindo, conforme o lado do cogumelo trincado.


MJF

3 comentários:

Dirim disse...

O Principezinho :)

Anónimo disse...

Belo...
E verdadeiro

Anónimo disse...

A que nos transporta para um lugar fantástico
Tenho nome de Flor