Às vezes, as correntes que nos impedem de sermos livres são mais mentais do que físicas.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
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(onde as pétalas se tocam, onde os amigos se cruzam, onde os sentidos se misturam)
2 comentários:
Tem razão por isso é que eu
já abracei para proteger
Já dei risadas quando quase não podia
já fiz amigos eternos
já pulei e gritei de felicidade
já chorei lágrimas de saudade
Já choreo desconsoladamente
já liguei só para ouvir a voz do botão do meu caule
já tive receios de não o ter comigo
Tudo porque vivo do amor .
tenho nome de flor
Os ombros suportam o mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
(carlos Drummond de Andrade9
Tudo de bom....
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