terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Mala (sorte)


Dobrei a tristeza
E arrumei-a lá bem no fundo
Mesmo ao lado
Das ilusões. Das desilusões. E das agruras da vida
Meti-as na mala
Para que não me esquecesse
Do mal que me fizeram...
Fui buscar também os sonhos
Que ainda me restavam
E arrumei-os na bolsa de fora
Para estarem mais à mão
No acaso de se virem a realizar
Mera fantasia...
Ainda havia muito espaço
Na minha mala de viagem
Por isso
Também lá meti as saudades
Que me chegaram
Com o vazio deixado
Por alguém muito querido
Só faltava a esperança
Que tinha perdido algures
Entre o sonho e a realidade
Mas que me apareceu de novo
Assim como que por magia...
Quando já não a esperava
Arrumei-a com cuidado
Para que não se amarrotasse
Juntei as promessas todas
E misturei-as com as mentiras
Que me ofereceram um dia
Meti tudo no mesmo saco
Que não meti na mala...
Deitei-o fora!
Sentada na paragem deserta
E enquanto espero pelo autocarro
Que tarda...
Faço contas à vida
Do que já passou
E do resto
Daquele que ainda me falta...
Somo tudo
E já é menos de
metade...

2 comentários:

Um brasileiro disse...

ola. tudo blz? gostei. muito legal e verdadeira. apareça por la. abraços.

Anónimo disse...

O tempo caminha por vezes ruidoso e tumulto
Lentamente, e uma a uma , as suas folhas voltam com novas vindas.
O tempo passa, os anos vão correndo
Com claridade, luz, fé mas também com névoa ou escuridão.
Mas na abertura da clareira vem novamente a LUZ que ilumina o CAMINHO

Tenho nome de Flor