quinta-feira, 23 de junho de 2011

Masculino plural




O primeiro me chegou
Como quem vem do florista:
Trouxe um bicho de pelúcia,
Trouxe um broche de ametista.
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha.
Me mostrou o seu relógio;
Me chamava de rainha.
Me encontrou tão desarmada,
Que tocou meu coração,
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse "não".

O segundo me chegou
Como quem chega do bar:
Trouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar.
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida.
Vasculhou minha gaveta;
Me chamava de perdida.
Me encontrou tão desarmada,
Que arranhou meu coração,
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse "não".

O terceiro me chegou
Como quem chega do nada:
Ele não me trouxe nada,
Também nada perguntou.
Mal sei como ele se chama,
Mas entendo o que ele quer!
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher.
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não,
Se instalou feito posseiro
Dentro do meu coração.

2 comentários:

Anónimo disse...

O 1º que chegou deixou em mim a vermelhidão no rosto de um beijo inocente de que me lembro até hoje!

Os 2ºs que chegaram deixaram mesmo de existir, só deles recordo o nome !

O HOMEM QUE POR ÚLTIMO CHEGOU É O GUARDIÃO DOS MEUS MEDOS. ( 25 anos )

Anónimo disse...

E a quem é que o guardião guarda os medos?

Claro que é a mim !

(a do comentário anterior sou eu)

tenho nome de Flor