«Chovia prata naquela noite.
A luz apagou-se.
Súbita, solene, urgente.
O Ricardo ficou quieto, com a voz também apagada.
Parda.
Indolor.
No escuro, recordou a 25ª hora em que perseguiu o riso do Peter pan, entre serpentinas de sorrisos que o cravo e a rosa que o geraram deixaram de ter guardado para si.
Nunca o encontrou.
Nunca lhe tocou.
O cravo e a rosa murcharam.
os homens deixaram de ter leme.
Sem dó.
Com piedade.
O avô, autor dos seus melhores poemas, já tinha partido rumo à Estrela Polar.
Sem nunca se ter despedido.
Com dó.
Sem piedade.
(...)
De repente, o relógio das horas loucas deu sinal de si.
Supremo.
Ufano.
Altivo.
Nasceu naquela aurora uma dádiva em forma de colo, a mais indecente de todas as obsessões.
Ouviu falar dos magos das regras.
Que trabalham de sol a sol, sempre suados. Esforçados.
De villas encantadas, de dinas coloridas e de salvadoras helenas.
De direitos e do seu superior interesse.
De rainhas filomenas.
De lúcios, leandros e vidais que falavam bem dele sem até o conhecerem.
Ouviu alguém dizer que o Amor é uma coisa muito complicada.
Mas ele queria essa complicação nos seus dias e nas noites.
Uma brisa correu célere.
O Ricardo tremeu de calor.
E percebeu, afinal, que alguém, em Sintra, tinha deixado uma luz acesa.
Por causa de si.
E foi nessa altura que, enfim, tocou no Peter Pan...
e voou!
(...)
Noutro casario, perto das ninfas de Byron, Teresa acordou, com um solene compromisso.
E, aliviada, apagou a vela...»
Paulo Guerra, 22h30m do dia 8.11.2012, no ORISHAS em Sintra.
Parda.
Indolor.
No escuro, recordou a 25ª hora em que perseguiu o riso do Peter pan, entre serpentinas de sorrisos que o cravo e a rosa que o geraram deixaram de ter guardado para si.
Nunca o encontrou.
Nunca lhe tocou.
O cravo e a rosa murcharam.
os homens deixaram de ter leme.
Sem dó.
Com piedade.
O avô, autor dos seus melhores poemas, já tinha partido rumo à Estrela Polar.
Sem nunca se ter despedido.
Com dó.
Sem piedade.
(...)
De repente, o relógio das horas loucas deu sinal de si.
Supremo.
Ufano.
Altivo.
Nasceu naquela aurora uma dádiva em forma de colo, a mais indecente de todas as obsessões.
Ouviu falar dos magos das regras.
Que trabalham de sol a sol, sempre suados. Esforçados.
De villas encantadas, de dinas coloridas e de salvadoras helenas.
De direitos e do seu superior interesse.
De rainhas filomenas.
De lúcios, leandros e vidais que falavam bem dele sem até o conhecerem.
Ouviu alguém dizer que o Amor é uma coisa muito complicada.
Mas ele queria essa complicação nos seus dias e nas noites.
Uma brisa correu célere.
O Ricardo tremeu de calor.
E percebeu, afinal, que alguém, em Sintra, tinha deixado uma luz acesa.
Por causa de si.
E foi nessa altura que, enfim, tocou no Peter Pan...
e voou!
(...)
Noutro casario, perto das ninfas de Byron, Teresa acordou, com um solene compromisso.
E, aliviada, apagou a vela...»
Paulo Guerra, 22h30m do dia 8.11.2012, no ORISHAS em Sintra.
2 comentários:
Dás-te conta, no dia a dia, que és um felizardo ?
Bj.
C(en)
Lindo!
Um grande abraço
TC
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