sexta-feira, 3 de setembro de 2021

The new ABBA (imortais)


 https://www.youtube.com/watch?v=hWGWFa3jznI&list=RDhWGWFa3jznI&start_radio=1

 

 

Volto de novo a eles.
Numa era de trevas e de sustos imensos, a todo nível, é notável como estas mulheres continuam a entoar a mesma emoção que, nos meus 15 anos, senti quando ouvi o Voulez-Vous, na festa de aniversário de uma grande amiga.
Estas duas canções - promessa de um album inteiro a 5.11 - soam a alegria, a esperança e a humanidade.
Os 4 membros da banda histórica e genial, oriunda das mil ilhas da Suécia, estão já na casa dos setenta.
Os mesmos anos nos quais irromperam sem dó nem piedade, desde o fulgurante WATERLOO na Eurovisão de 1974, estávamos nós a começar a respirar liberdade e um E depois do Adeus.
E o sucesso global foi instantâneo - em 15 de março de 2010, os ABBA foram introduzidos no Rock and Roll Hall of Fame pelos membros dos Bee Gees, Barry Gibb e Robin Gibb.
Sou fã confesso.
Dos de 1ª linha.
Dos que tudo conhecem, sobre discografia e letras até.
Primeiro em cassete, depois com vinil e finalmente em CD (já estavam nessa altura separados)
Em casa, os meus pais já nem me conseguiam ouvir.
Sofri com o fim do grupo e temi que nunca mais voltassem.
Apresentei-os aos meus sobrinhos que os devoraram também (e é privilégio de muitos poucos conseguir tocar tantas gerações diferentes e sucessivas).
O génio da dupla de compositores (letrista Bjorn Ulvaeus e músico Benny Andersson) é difícil de replicar (e quem duvidar, ouça CHESS).
Na linha das duplas mais épicas da música contemporânea (a história há-de sempre falar deles).
E eis que afinal voltam, depois de um revivalismo musical que nunca os fez esquecer, embalados pelo meteórico e planetário sucesso do musical e dos filmes MAMMA MIA.
Com este I still have faith in you e um Don´t shut me down, sempre com a mesma sonoridade e força melódica.
O disco vai chamar-se VOYAGE e vai conviver com um concerto com «bonecos digitais», sempre num novo espaço com capacidade para 3000 pessoas no parque olímpico de Londres chamado Abba Arena.
Os avatares digitais de Benny, Agnetha, Anni-Frid e Björn foram criados com a mesma tecnologia de imagens geradas por computador (CGI, na sigla original) usada pelas grandes produções de Hollywood. Uma equipa da Industrial Light & Magic, do criador de Guerra das Estrelas, George Lucas, desenhou e animou as quatro figuras copiadas a partir das versões de carne e osso, não as actuais, mas mais jovens (versão de 1979).
“Estamos a navegar em território virgem. Com a ajuda das pessoas que fomos viajamos para o futuro”, explicou Benny Andersson.
Confesso que me emocionei a voltar a ouvir estas vozes e estas harmonias sem igual.
E voltei aos tempos áureos de Leiria onde só havia quimeras e sonhos bons, águas frescas e muita saudade do futuro.
E voltei à sala da Ana Paula onde ouvi pela 1ª vez o Voulez-Vous ou o As good as new...
Para sempre, como se não fossem, afinal, só cantigas.
Porque não são...

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