O filme é um poema intenso.
É cortado por matracas de máquina de escrever que vão marcando o ritmo da trama,
o acre pulsar das culpas e dos remorsos das personagens.
Há erros passados que não se redimem,
há paixões juvenis não correspondidas que são o motor da mentira,
há amores eternizados e nunca consumados,
há camélias bélicas que florescem no meio dos dejectos humanos.
E vejo a Cecília (outro rosto para a mais do que perfeita Keira).
E há o Robbie, o da palavra assassina,
a que é proscrita para a moral da época mas pensada e em má hora escrita.
E vejo ainda Briony, aquela que sente necessidade de absolvição mas que tarda em a ver chegar,
tão difícil é o seu caminho até si.
A música perpassa o âmago da gente,
Trespassa-a, corrompe-a, dilacera-a.
O 22º romance de Briony será, para todo o sempre, o melhor da sua vida.
Aquele que constitui a derradeira confissão da verdade,
uma outra palavra para a mentira dita com a maior das sinceridades.
Aquele que fará com que não mais tenha de pedir desculpa.
A fita é um poema. Todo ele.
Está em exibição.
Em Coimbra.
2 comentários:
Eu só gosto do James McAvoy...grande actor.
O mais do enredo...deixa-me um pouco indiferente.
nem parece um filme de quem é. Sério.
Mas já o viste?
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