sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Raízes de nós


A cidadela anda triste.
Sonolenta.
Cabisbaixa.
Nos corredores de um hospital, recupera, pouco a pouco, um autor de muitos dias, após um estúpido incidente que lhe retirou a voz com que sempre, razoavel e ponderadamente, deu ordens a dois filhos e os dirigiu.
No branco quarto de uma moradia coimbrã, perto da saudade de todos nós, luta pela vida uma mulher ímpar, capaz de comandar sete filhos - que ama como poucas -, capaz de soletrar afectos surdos mas eficazes, capaz da maior generosidade desta vida, dona do olhar mais brilhante e mais profundo que alguma vez conheci.
Os dois conhecem-se. Admiram-se.
São amados.
Demais...
A cidadela continua triste.
O veludos dos seus olhares tocam-nos.
A força dos seus interiores chega-nos, sem aviso.
O ruído dos seus silêncios forçados anima-nos.
Os anjos bons segredam aos seus ouvidos recados de melhores dias, de sonatas inacabadas que ainda necessitam de um acerto final.
Ele chama-se Joaquim. Por missão.
Ela é Fátima. Por convicção.

1 comentário:

Anónimo disse...

A ambos, que, talvez porque Deus assim quis, na minha vida, em simultâneo se cruzaram, desejo tudo de bom...tudo o que mais desejarem para si e para os seus... dias melhores!
Eu