domingo, 9 de março de 2008

Camarada (em terra verde)

(foto de Manuel Nogueira)
As ondas, os olhos, a voz
A barba para fazer noutra madrugada,
O movimento
Inseguro e forte.

A luz, agora menos pesada, cai nas pedras:
Escrita de cinza, em novelos de riso pueril

Caligrafia solar,
Nua e breve
Como a areia de Setembro, longa asa em repouso.

Rosto a ser próximo,
Sempre pronto para os outros,
Horizontal e sábio senso

Nas ondas aprendes, ao som de uma morna de Celina ou de uma balada de Fausto,
O sabor do tempo:
Viagem circular e luminosa, rumo a um São João Novo,
Com terra à vista,
Ainda perto dos infantes (que ensinaste) que continuam a saltar na praia mais salgada do teu Norte

A manhã, a tua manhã (abrindo)
É ainda uma gaivota aflita,
Já não um leão do Bolhão,
Qual marinheiro que respira
Uma planície de estrelas como chão
Ao N.

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