terça-feira, 25 de março de 2008

Desejo de Maio



Era Maio
ele atravessava de táxi
um planalto perto do Céu.
O seu destino era Monte Belo
lugarejo para si desconhecido
onde ia de férias ao campo.
Ele era novo. Muito belo e apaixonado.
Por uma mulher que conhecia
desde o nascimento do mundo.
A essa hora tardia ele desejava-a.
Sob o olhar das estrelas e a cumplicidade da lua.
Entre a urze e a esteva do planalto.
O homem do táxi meteu conversa de circunstância.
Ele cortou rente.
Ele queria ficar só, a deleitar-se na fogosidade do seu desejo.
A retirar os espinhos da Flor.
A equilibrar a sua saudade.
Ele sabia que a mulher do seu desejo era
arisca, áspera e fugidia.
E temia que nunca viesse a ser sua.
Enquanto espreitava a noite estrelada,
repetia baixinho como numa prece.
Eu sou tu. Tu és eu.
O meu desejo é o teu.
O nosso encontro está escrito no Céu.




7 comentários:

Anónimo disse...

não percebo as cabras!

Passiflora Maré disse...

Foi o planalto que encontrei com estada.

Passiflora Maré disse...

Digo "estrada".

Guilherme Salem disse...

Estradas...vias de fuga e de imaginação com cabras ou sem elas...

César Paulo Salema disse...

Não serão antes vacas? Vejo sempre vacas. Não gosto de cabras.

Anónimo disse...

ah, agora percebi...

Anónimo disse...

Maio : o mês das cerejas. O rubro destas =sensualidade. Cerejas - a minha fruta preferida.:)acho que é a tal hora...
Gostei da sensualidade que se (ante)vê.
Bj.
C.