quinta-feira, 3 de abril de 2008

De volta ao começo (epílogo)



Em cada corpo
recomeça o mundo,
mas onde então acaba este começo?

Amor não sabe mais o que é profundo,
vem da pele e respira só no verso.
Passamos a toalha pelo corpo,
com o suor a enxugar a morte:
há gotas de água fria no teu rosto,
em ti meus dedos lêem sua sorte.

Um riso nos chamou,
fulgor ou seta,
e o dia se refez sem mais promessa.
Nos meus dedos ficou a ferida aberta:
só no teu corpo o mundo recomeça.


(Luís Filipe Castro Mendes)

Post Scriptum:
Amanhã já serão os olhos, mais descansados, do C. a fazer as honras da casa.
Tentei preencher o seu espaço vazio com algo de mim e com as intermitências da dor que ora me atravessa.
Obrigada pelo odor a magnólia que me deram.
Da C.

3 comentários:

Passiflora Maré disse...

Nós é que agradecemos C.
Volta sempre, por ti ou através dele.

Anónimo disse...

Gostei de te ter e sentir por aqui...
Até sempre,até já, claro ...
Bj.
C.(EN)

Guilherme Salem disse...

Até já.
A magnólia ficou mais perfumada e mais viçosa.
Beijos